Vacina

Regulador britânico recomenda limitar vacina da AstraZeneca a maiores de 40 anos

Em abril, este comitê já havia aconselhado que o imunizante da AstraZeneca/Oxford fosse administrado apenas em maiores de 30 anos

Correio Braziliense
postado em 07/05/2021 09:12
 (crédito: Christof STACHE / AFP)
(crédito: Christof STACHE / AFP)

O comitê científico que supervisiona a campanha de vacinação contra a covid-19 no Reino Unido recomendou, nesta sexta-feira (7), que a vacina da AstraZeneca se restrinja às pessoas com idades acima de 40 anos, após o registro de 242 casos e 49 mortes por trombos raros.

Em abril, este comitê já havia aconselhado que o imunizante da AstraZeneca/Oxford fosse administrado apenas em maiores de 30 anos.

O regulador britânico dos medicamentos, a MHRA (na sigla em inglês), anunciou em entrevista coletiva ter registrado 242 casos de coágulos sanguíneos raros - incluindo 49 mortes - em pessoas que receberam a vacina da Oxford/AstraZeneca, entre as mais de 28 milhões de doses aplicadas.

Segundo sua diretora, June Raine, os benefícios da vacinação continuam, no entanto, sendo maiores do que os riscos apresentados pela covid-19 para "a grande maioria" da população - especialmente os idosos, que têm maior probabilidade de desenvolver formas graves da doença.

Devido a esses trombos incomuns, vários países europeus suspenderam o uso abaixo de determinada idade da vacina desenvolvida pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca em parceria com os cientistas da Universidade de Oxford.

Londres, que sempre defendeu uma vacina apresentada pelo primeiro-ministro Boris Johnson como "um sucesso da ciência britânica", voltou a falar a seu favor nesta sexta-feira.

"A vacina Oxford/AstraZeneca é segura, eficaz e já salvou milhares de vidas no Reino Unido e em todo o mundo", disse um porta-voz do governo.

"Como disseram a MHRA e o Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização, os benefícios da vacina superam em muito os riscos para a grande maioria dos adultos", acrescentou.

As autoridades de saúde britânicas aplicarão "como precaução" o conselho do comitê científico e administrarão "uma vacina alternativa" quando possível para "pessoas com menos de 40 anos sem condições de saúde subjacentes, informou.

Ele garantiu que isso não atrasará o ritmo de vacinação, cujo objetivo é ter oferecido uma primeira dose a todos os adultos do país até o final de julho.

Além disso, todas as pessoas que já receberam a primeira dose da AstraZeneca/Oxford deverão receber uma segunda dose da mesma vacina, independentemente da idade, exceto aquelas que apresentaram trombos.

Em abril, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que os coágulos sanguíneos deveriam constar como um efeito colateral "muito raro" da vacina da AstraZeneca, considerando que a relação custo-benefício permanecia "positiva".

Além da AstraZeneca, as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna estão autorizadas no Reino Unido, que conta com uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo. Quase 35 milhões de pessoas receberam a primeira dose, e mais de 16 milhões, as duas doses necessárias.

Quase 35 milhões de pessoas, de uma população total de 66,5 milhões, receberam a primeira dose, e mais de 16 milhões as duas doses necessárias no país da Europa mais afetado pela covid-19, com mais de 127.000 mortes.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação