A Índia anunciou nesta quarta-feira (5/5) um pacote de 6,7 bilhões de dólares para enfrentar a devastadora crise de saúde no país, enquanto o governo dos Estados Unidos contempla a possibilidade de vacinar os adolescentes contra a covid-19, que se tornaria o primeiro país do mundo a imunizar esta faixa etária.
A ajuda bilionária na Índia permitirá financiar os fabricantes de vacinas, os hospitais e as empresas do setor de saúde, que lutam contra a devastadora segunda onda de covid-19 que afeta o gigante asiático, que superou 20 milhões de casos e registra mais de 222.000 mortes desde o início da pandemia.
Segundo país de maior população do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia sofre um surto de uma nova variante e não para de bater recordes: nas últimas 24 horas registrou 3.780 óbitos e 382.000 contágios adicionais.
"O objetivo imediato é preservar a vida humana e restaurar os meios de subsistência por todos os meios possíveis", afirmou o presidente do Banco da Reserva da Índia (RBI), Shaktikanta Das, ao explicar que os empréstimos com juros baixos estarão disponíveis até 31 de março de 2022.
A situação na Índia é tão grave que condutores de 'tuk-tuk' transformaram este triciclo motorizado para passageiros em ambulâncias, como Mohammad Javed Khan, que equipou o seu meio de transporte com um tubo de oxigênio.
"Um paciente em estado grave não pode ser transportado para o hospital se não tiver oxigênio", declarou à AFP.
Biden acelera vacinação
No restante do mundo, as campanhas de vacinação avançam de forma desigual.
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden anunciou que deseja alcançar a marca de 70% dos adultos com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 até 4 de julho e almeja incluir os adolescentes na campanha de imunização.
O laboratório americano Pfizer e seu sócio alemão BioNTech afirmaram em março que seu fármaco de duas doses demonstrou que é seguro e altamente eficaz em um teste com 2.260 jovens de 12 a 15 anos. A autorização para o uso de emergência nesta faixa etária é aguardada nos próximos dias nos Estados Unidos.
A intenção de Biden de vacinar os adolescentes é uma medida controversa para muitos especialistas, que alegam ser um grave erro utilizar o limitado estoque de doses do mundo em uma população de baixo risco, enquanto a pandemia não dá trégua em países como Índia e Brasil.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou na terça-feira o início da análise contínua da vacina do laboratório chinês Sinovac (CoronaVac), o que abre o caminho para a futura autorização na UE.
Em Londres, os países do G7 devem abordar nesta quarta-feira uma forma de garantir uma distribuição mais justa das vacinas contra a covid-19.
Enquanto o avanço das campanhas de imunização na Europa e Estados Unidos permite uma flexibilização progressiva das restrições, os países pobres não conseguem doses suficientes.
O sistema de distribuição para os países pobres Covax, que utiliza sobretudo as vacinas da AstraZeneca, é aplicado de maneira lenta. Apenas 49 milhões de doses foram entregues em 121 países e territórios, muito longe da meta de alcançar dois bilhões de vacinas fornecidas em 2021.
No Brasil, segundo país mais afetado pela pandemia com mais de 411.000 mortes, algumas capitais interromperam a aplicação da segunda dose da CoronaVac, a mais usada no país, por falta do fármaco.
Em todo o mundo, a pandemia já provocou mais de 3,2 milhões de mortes e mais de 153 milhões de casos.
Menos restrições na Alemanha
A Europa observa um leve progresso que permite reduzir as medidas anticovid e de confinamento em vários países.
A Alemanha suspenderá algumas restrições para as pessoas que já estão totalmente vacinadas, como a obrigação de um teste negativo para entrar em lojas ou o limite de capacidade em reuniões privadas, anunciou a ministra da Justiça.
O Parlamento se pronunciará na quinta-feira (6/5) e sexta-feira (7/5) sobre o texto, que pode entrar em vigor no fim de semana. Até o momento, apenas 8% da população alemã recebeu as duas doses do imunizante.
Os embaixadores dos 27 Estados membros da União Europeia (UE) devem examinar uma proposta da Comissão Europeia para permitir a entrada no bloco de viajantes vacinados.
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