Pandemia

Cruzeiros poderão voltar a zarpar da Flórida a partir de julho

Os navios terão autorização de saída desde que 98% da tripulação e 95% dos passageiros estejam vacinados, segundo carta dos Centros de Controle de Doenças

Miami, Estados Unidos - As linhas de cruzeiros poderão zarpar dos portos do estado americano da Flórida a partir de julho, após mais de um ano de paralisação de suas atividades por causa da pandemia, de acordo com carta enviada às empresas pelas autoridades americanas ao expor suas exigências.

Os navios terão autorização de saída desde que 98% da tripulação e 95% dos passageiros estejam vacinados, segundo carta dos Centros de Controle de Doenças (CDCs), enviada às empresas na noite de quarta-feira e obtida nesta quinta-feira (29) pela AFP.

Os CDCs flexibilizaram seus requisitos para navegação ao afirmar que, atendidas essas exigências de vacinação, não será necessário que a tripulação e os passageiros façam testes moleculares para a covid-19, mas sim o teste rápido de antígeno antes do embarque.

Eles também pedem às empresas de cruzeiros que apresentem seus planos aos portos "assim que possível, para manter a programação de viagens dos passageiros em meados de julho".

A indústria multibilionária de cruzeiros, que emprega milhares de pessoas na Flórida, é fundamental para esse estado do sudeste americano, que depende do turismo para subsistência.

A notícia foi bem recebida pela Norwegian, Carnival e Royal Caribbean, com sede no sul da Flórida, consideradas as três maiores empresas de cruzeiros do mundo.

A Norwegian havia anunciado em 5 de abril que exigiria comprovação de vacinação para passageiros e tripulantes, na esperança de que os CDCs liberassem a navegação em julho.

A empresa "se sente encorajada pelo diálogo construtivo em andamento, que resultou em recentes modificações significativas nas diretrizes técnicas emitidas anteriormente e na incorporação de vacinas", declarou um porta-voz da empresa à AFP.

O porta-voz da Royal Caribbean, Jonathon Fishman, disse estar satisfeito com o fato das autoridades federais dos EUA tratarem das preocupações dessa indústria "de maneira construtiva, levando em consideração os avanços recentes em vacinas e ciência médica".

Um porta-voz da Carnival confirmou o recebimento da carta, mas afirmou que a empresa está em processo de revisá-la.

As atividades nos cruzeiros foram suspensas em 14 de março de 2020, quando os CDCs emitiram uma "ordem de proibição de navegação" para evitar a propagação da covid-19, embora na época vários navios já tivessem em curso surtos mortais a bordo.

Alguns cruzeiros voltaram a navegar na Europa e em outras regiões no ano passado, mas a proibição nos Estados Unidos continuou em vigor.

Em uma "Ordem de Navegação Condicional" de outubro, atualizada em abril, os CDCs traçaram um roteiro para que os navios de cruzeiro que operam nas águas americanas reiniciassem a navegação.

A pandemia gerou perdas de 48,3 bilhões de dólares para o setor, relatou Didier Arino, diretor da consultoria Protourisme, à AFP em Paris.

"É um setor que não vai retomar sua atividade normal até 2025", acrescentou.