"Nao tenho medo da vacina", afirma o panamenho Miguel Saldaño, 38, após receber, como voluntário, a primeira dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19, imunizante que está sob observação mundial devido a casos de coágulo raros em alguns pacientes.
Saldaño compareceu nesta quinta-feira (22/4) ao estádio Rommel Fernández, na Cidade do Panamá, onde foram instalados postos de vacinação. Podem se vacinar no país de forma voluntária com a AstraZeneca homens com mais de 30 anos e mulheres com mais de 50.
O primeiro a receber uma dose da AstraZeneca no Panamá foi o vice-presidente, José Gabriel Carrizo, seguido de vários ministros, numa tentativa do governo de transmitir confiança à população em relação à vacina da empresa anglo-sueca. "Estamos nos vacinando com a primeira dose, garantindo ao povo panamenho que este governo está trazendo vacinas seguras e eficazes", manifestou Carrizo.
'Se Merkel se vacinou...'
Com mais de 361 mil casos acumulados e 6,2 mil mortos, o Panamá é o país centro-americano com mais infectados pela Covid. Após quarentenas rígidas, o governo conseguiu, nos últimos dois meses, reduzir consideravelmente os números da doença.
O país recebeu o primeiro lote, de 36 mil doses, da AstraZeneca por meio do mecanismo Covax. Desde janeiro, foram aplicadas mais de 575 mil doses da vacina Pfizer em médicos, policiais, gestantes e idosos, principalmente, na região metropolitana da capital. Para os voluntários da AstraZeneca, no entanto, a vacinação é praticamente imediata.
Para Rolando Domingo, 56, está claro: se a chanceler alemã, Angela Merkel, vacinou-se com a Astrazeneca, o imunizante tem que ser seguro, disse à AFP.
Doses encomendadas
Até o momento, o Panamá, de 4,2 milhões de habitantes, encomendou 9,2 milhões de doses de vacinas contra a Covid: 7 milhões da Pfizer/BioNtech; 1,1 milhão da AstraZeneca e 1,1 milhão de diferentes laboratórios, por meio do Covax.
"No Panamá, é 2 mil vezes mais provável uma pessoa morrer de coronavírus do que por ter sido vacinada com a AstraZeneca", apontou recentemente o assessor científico do governo e porta-voz da equipe de vacinação, Eduardo Ortega-Barría.