Conflitos

Denúncias de agressões sexuais 'extremamente violentas' em Tigré

"Estes informes são extremamente horríveis, muito chocantes. Não tinha escutado testemunhos tão horríveis em mais de duas décadas no setor humanitário", afirmou Mardini

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou nesta quinta-feira (22/4) que teve conhecimento de agressões sexuais "extremamente horríveis" na região do Tigré, no norte da Etiópia, palco desde novembro de um conflito violento.

O diretor-geral do CICV, Robert Mardini, expressou sua "grande preocupação" com estas violências sexuais.

"Estes informes são extremamente horríveis, muito chocantes. Não tinha escutado testemunhos tão horríveis em mais de duas décadas no setor humanitário", afirmou Mardini, que se ocupou de conflitos como o da Síria ou do Iêmen quando foi diretor-geral do CICV no Oriente Médio.

O diretor-geral do CICV, cuja sede fica em Genebra, explicou que se tratam "de testemunhos diretos de mulheres que foram aos centros de saúde e hospitais" que a organização mantém no Tigré.

O organismo da Cruz Vermelha tenta avaliar "a extensão e a magnitude deste problema" e o trata com as autoridades, assegurou.

"Muitos dos meus colegas humanitários nos explicam o mesmo. Portanto, é uma prioridade absoluta para nós impedir que isto se reproduza e, sem dúvida, fazer tudo o que pudermos para apoiar as vítimas e ajudá-las a superar estas experiências completamente devastadoras", explicou Mardini.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou no começo de novembro o exército nacional ao Tigré para desarmar e expulsar das instituições regionais dirigentes da Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF).

O premier proclamou em 28 de novembro a vitória das forças estatais no Tigré, mas desde então, os combates continuam.

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