O juiz de Minnesota que preside o julgamento de Derek Chauvin rejeitou, nesta quarta-feira (14), uma moção apresentada pela defesa para absolver o ex-policial que enfrenta acusações pela morte de George Floyd, um caso que transcendeu as fronteiras do país.
Ao apresentar a moção, o advogado de defesa Eric Nelson disse que os promotores não conseguiram provar seu caso contra Chauvin, um homem branco de 45 anos, além de uma dúvida razoável e que ele deveria ser absolvido.
Mas o juiz do condado de Hennepin, Peter Cahill, rejeitou o pedido. "O pedido de absolvição foi negado", disse ele. As imagens da prisão e morte de George Floyd em 25 de maio de 2020 geraram protestos contra a injustiça racial e a brutalidade policial nos Estados Unidos e em todo o mundo.
Gravadas por um transeunte, mostram Chauvin ajoelhado sobre o pescoço de Floyd por nove minutos enquanto o afro-americano, de 46 anos, que está algemado no chão, diz repetidamente "não consigo respirar".
Os promotores convocaram quase 40 testemunhas durante as duas primeiras semanas do julgamento, incluindo peritos médicos, policiais da ativa e aposentados e transeuntes que testemunharam a prisão.
O juiz Cahill também disse que permitirá que uma potencial testemunha da defesa invoque seu direito da Quinta Emenda de não testemunhar.
Trata-se de Morries Hall, que estava com Floyd no dia de sua prisão. Sua advogada, Adrienne Cousins, disse ao juiz que seu cliente "não poderia responder a nenhuma pergunta sem se incriminar".
O advogado de Chauvin sugeriu que Hall deu drogas ilegais a Floyd e que sua morte foi devido ao uso de fentanil e metanfetamina, bem como a problemas de saúde subjacentes.
Já os peritos médicos convocados pela Promotoria argumentaram que a morte de Floyd foi causada por um "baixo nível de oxigênio" devido à pressão em seu pescoço e não pelo uso de drogas ou condições pré-existentes.
Eric Nelson pediu ao juiz na segunda-feira que isolasse o júri depois que novos protestos estouraram em Minneapolis após a morte de um homem negro de 20 anos nas mãos da polícia.
O juiz negou o pedido e disse que o júri ficará isolado apenas após os argumentos finais, que são esperados na próxima segunda-feira. A condenação por uma das acusações contra Chauvin exigirá do júri - composto de nove mulheres e cinco homens - unanimidade.