Mianmar

Opositores birmaneses usam tinta vermelha para denunciar repressão

Mianmar vive um cenário de caos desde a intervenção militar de 1º de fevereiro que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi

Opositores ao golpe de Estado em Mianmar jogaram tinta vermelha nas ruas nesta quarta-feira (14/4) para denunciar a repressão violenta que provocou centenas de mortes entre os partidários do retorno à democracia.

Mianmar vive um cenário de caos desde a intervenção militar de 1º de fevereiro que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi.

A repressão das novas autoridades militares é cada vez mais intensa. De acordo com o balanço da ONG Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP), pelo menos 714 manifestantes morreram e quase 3.000 foram detidos.

Como na Tailândia, Camboja ou Laos, Mianmar celebra esta semana o Ano Novo budista e os opositores ao golpe querem aproveitar o momento festivo para organizar ações impactantes nas ruas.

Nesta quarta-feira (14/4) eles jogaram tinta vermelha em pontos de ônibus e nas calçadas de várias cidades birmanesas, repetindo uma ação realizada há alguns dias.

"O objetivo desta 'greve sangrenta' é recordar nossos mártires, que morreram na luta pela democracia", declarou à AFP um opositor, que preferiu não revelar o nome por motivos de segurança.

"Esperamos a queda da ditadura" ou "Vamos acabar com a era do medo" eram algumas mensagens escritas nas ruas de Mandalay, segunda maior cidade do país, enquanto na capital econômica Yangon também foram pintadas frases de apelo às Nações Unidas: "Querida ONU, como está? Bem, espero. Em Mianmar. nós morremos".

A ONU admitiu na terça-feira o temor de que Mianmar entre em um conflito generalizado como o da Síria e pediu aos Estados que tomem "medidas imediatas, decisivas e eficazes" para obrigar a junta militar a acabar com "a campanha de repressão e massacre da população".

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