A agência reguladora da concorrência no Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (14/4) que aprovou a fusão por 31 bilhões de libras (43 bilhões de dólares) entre as operadoras de telecomunicações Virgin Media e O2, filial britânica do grupo espanhol Telefónica.
A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), que em dezembro abriu uma investigação sobre a operação, apresentou suas conclusões provisórias em um comunicado.
O organismo já havia descartado consequências negativas para os clientes particulares, pois os serviços oferecidos são diferentes e o setor de telefonia móvel da Virgin é muito pequeno para concorrer com a O2.
Por este motivo, a investigação se concentrou nos serviços de atacado, uma vez que os dois grupos oferecem suas redes a várias operadoras.
Mas a CMA considerou que há poucas possibilidades de reduzir a concorrência no setor, devido à presença de outras empresas, como a gigante britânica BT.
A investigação "mostrou que a operação não deve representar aumentos de preços ou redução da qualidade do serviço na telefonia móvel, o que significa que os clientes devem seguir beneficiados por uma forte concorrência", explicou Martin Coleman, coordenador da investigação.
A O2, filial do grupo espanhol de telecomunicações Telefónica, e a Virgin Media, que pertence ao grupo americano Liberty Global, apresentaram a proposta de fusão em maio de 2020.
Alguns analistas temiam que as empresas formassem um grupo muito grande em comparação à maior operadora de telecomunicações do país, a BT, e sua rival direta, a Vodafone.
A operação avalia a O2, gigante da telefonia móvel no Reino Unido, em 12,7 bilhões de libras (17,5 bilhões de dólares) e a Virgin Media, que tem como ponto forte a internet de banda larga, em £ 18,7 bilhões (US$ 25,8 bilhões), com sinergias que devem alcançar 6,2 bilhões de libras.
A O2 é uma das poucas operadoras com móvel própria no Reino Unido. A empresa tem 34 milhões de clientes, incluindo alguns milhões que pertencem às operadoras virtuais que alugam sua rede, como a Tesco Mobile.
A Virgin Media, comprada em 2013 pela Liberty Global, que pertence ao bilionário John Malone, tem seis milhões de clientes de internet e 3,3 milhões de clientes de telefonia móvel.
A CMA investigou o tem depois de receber em novembro autorização da Comissão Europeia para examinar o projeto.
A agência britânica havia alegado que a megafusão teria um impacto principalmente no Reino Unido e que as conclusões da investigação seriam anunciadas após 1 de janeiro, depois do período de transição do Brexit.