O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar nesta terça-feira, 6, a antecipação em duas semanas do prazo final para que todos os adultos do país estejam elegíveis para receber a primeira dose da vacina contra a covid-19. Assim, a nova data será 19 de abril, e não mais 1º de maio, como divulgado anteriormente. Se alcançar esse objetivo, isso implicará o fim das restrições por idade, estado de saúde e outras categorias para quem quiser se vacinar contra o coronavírus. Isso não quer dizer, necessariamente, porém, que todos poderão se vacinar de imediato, já que a distribuição ainda está em curso.
O democrata também vai anunciar que os EUA, desde que ele assumiu a Casa Branca, entregaram mais de 150 milhões de doses. Biden deve visitar nesta terça um local de imunização na cidade de Alexandria, no Estado da Virgínia, antes de fazer o pronunciamento na Casa Branca.
O governo federal vem aumentando significativamente o ritmo da vacinação nos EUA. Inicialmente, Estados com poucas doses limitaram seus esforços para priorizar grupos com maior risco à doença, além de idosos, mas Biden conseguiu cumprir a promessa de aplicar 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias no cargo muito antes do prazo, após 58 dias.
Na segunda-feira, 5, o assessor da Casa Branca sobre a pandemia, Andy Slavitt, afirmou que os EUA estão "agora com uma média de 3,1 milhões de injeções por dia durante o período de sete dias mais recente".
Agora, Biden dobrou o objetivo e quer imunizar 200 milhões até o fim de abril. Até o momento, 167 milhões de doses já foram administradas no país - 4 a cada 10 pessoas nos EUA receberam ao menos uma dose. Os fármacos da Moderna e da Pfizer/BioNTech requerem duas doses, enquanto o produzido pela Johnson & Johnson, também usado no país, apenas uma.
Nos EUA, a covid-19 já matou mais de 500 mil pessoas, o que coloca o país no topo do ranking de óbitos devido à doença. O Brasil vem em segundo lugar.
Na semana passada, Biden já havia informado que 90% dos adultos estariam aptos para a imunização antes do fim do mês. Com os Estados expandindo a vacinação ou planejando fazê-lo, no entanto, houve um entendimento de que será possível contemplar todas as pessoas menores de idade na nova data.
Aumento de casos
A aceleração da vacinação no país, que aplicou mais de 4 milhões de doses no sábado, 3, coincide com um aumento dos diagnósticos de covid-19 em território nacional, após os casos despencarem quase 80% entre o meio de janeiro e o fim de março.
O controle coincidiu com a posse de Biden, que foi na direção contrária de seu antecessor, Donald Trump, centralizando o combate à pandemia, recomendando o uso obrigatório de máscaras em espaços públicos, o distanciamento social e a testagem, por exemplo.
Agora, com o alívio de várias restrições, a retomada de atividades pré-pandêmicas e o otimismo diante da vacina, vários Estados veem um novo aumento dos casos. A situação é mais aguda onde a variante britânica B.1.1.7, mais contagiosa e letal, circula livremente.
As vacinas usadas nos EUA são eficientes contra a cepa britânica. Segundo especialistas, no entanto, é necessário que entre 70% e 90% da população tenha anticorpos para o vírus até que haja uma queda significativa da transmissão. Cerca 32% da população americana recebeu ao menos uma dose da vacina até o momento, e apenas 19% foi totalmente inoculada.
Em pronunciamento na Casa Branca, Biden deve ressaltar ainda que, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, mais de 75% das pessoas com mais de 65 anos foram vacinadas nos país - 55% delas totalmente imunizadas - número que era de 8% quando ele tomou posse. (Com agências internacionais).