Um grupo de cientistas desenvolveu um equipamento com inteligência artificial para prever onde e quando os resíduos de plástico flutuando no oceano chegarão às Ilhas Galápagos, um ecossistema único no mundo e hoje ameaçado.
A cada ano, mais de oito toneladas de lixo plástico são coletadas nas praias deste arquipélago do Oceano Pacífico, localizado a cerca de 1.000 quilômetros da costa do Equador, disse Stephanie Ypma, pesquisadora da Universidade de Utrecht (Holanda).
Impulsionados pelas correntes, resíduos do continente e das enormes frotas pesqueiras internacionais vão parar nas praias dessas ilhas classificadas como patrimônio mundial pela Unesco.
Essa poluição representa uma “grande ameaça à fauna silvestre”, já que as micropartículas de plástico muitas vezes vão parar no estômago dos animais, afirmou o cientista durante encontro da União Europeia de Geociências que acontece virtualmente nesta semana.
E com certeza “são muito mais do que oito toneladas de lixo”, já que apenas 1% do litoral é limpo por falta de recursos financeiros, acrescentou.
Por isso, o Instituto de Pesquisa Oceanográfica e Atmosférica de Utrecht desenvolveu um instrumento digital para "otimizar" essa limpeza.
Promovido pelo Galapagos Conservation Trust, um órgão de proteção da vida selvagem sediado no Reino Unido, a invenção foi desenvolvida para determinar para onde irão os resíduos.
É um instrumento de simulação que integra múltiplos parâmetros, desde fluxos oceânicos à composição de partículas plásticas, e possui sensores flutuantes equipados com GPS, que permitem medir o movimento da água em direção ao solo.
Os dados compilados combinaram com as simulações da inteligência artíficial para revelar uma previsão confiável. A primeira observação está prevista durante o verão boreal.
"Nossos primeros resultados são promissores", garantiu Ypma, que confia que este modelo servirá também para o combate à poluição em outras ilhas do Pacífico.
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