O partido de centro-direita no poder em Cabo Verde venceu as eleições legislativas realizadas no domingo (18/4) no arquipélago africano, um modelo democrático no continente.
O Movimento pela Democracia (MpD) do primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, no poder desde 2016, somava 36 dos 72 assentos do Parlamento, após a apuração de 98,2% das urnas, de acordo com os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional disponíveis às 20h.
O MpD, que na legislatura anterior contava com 40 deputados, espera atingir a maioria absoluta de 37 deputados, faltando ainda quatro vagas a serem atribuídas.
O chefe de Governo de 58 nos, ex-executivo de um banco de Cabo Verde, ex-ministro e ex-prefeito da capital, Praia, reivindicou a vitória diante da imprensa, enquanto seus partidários celebrava na sede do partido e em outras áreas da cidade.
"É uma grande vitória, a vitória de Cabo Verde. Conseguimos convencer os cabo-verdianos do acerto da linha de conduta do governo durante um período muito difícil e do acerto de nossas propostas para o futuro", declarou Ulisses Correia e Silva.
O partido de centro-direita tem vantagem sobre o Partido Africano pela Independência de Cabo Verde (PAICV, socialista) de Janira Hopffer Almada, que conquistou 29 cadeiras, assim como em 2016.
A ex-ministra de 42 anos perdeu a aposta de tentar levar de volta ao poder o ex-partido único e se tornar a primeira mulher a liderar o governo desta ex-colônia portuguesa.
Hopffer Almada reconheceu a derrota e felicitou o atual primeiro-ministro. Ela também anunciou que vai deixar em breve a presidência do partido, que assumiu em 2014.
A União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, democrata cristã) conquistou quatro cadeiras no Parlamento.
A eleição aconteceu em um momento de crise econômica do país pela pandemia.
Em 2020, o arquipélago de 550.000 habitantes, muito dependente do turismo (que representa 25% de seu PIB) teve uma recessão histórica de 14,8%.
O país contabiliza 20.254 casos de covid-19 e 190 mortes, números relativamente baixos em comparação a outras partes do mundo.
Mas atualmente registra um aumento considerável, com uma incidência de 189 casos para cada 100.000 habitantes, o índice mais elevado da África.
Desde as eleições livres de 1991, este pequeno país da África Ocidental não registrou nenhum incidente ou violência relacionada às eleições ou seus resultados.
Cabo Verde tem regime semiparlamentar em que o primeiro-ministro domina o Executivo e o presidente (Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD) desempenha um papel de árbitro.
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