Um projeto de vacina contra a malária demonstrou uma eficácia sem precedentes de 77% em testes clínicos na África, anunciando um avanço na luta contra esta doença que mata principalmente crianças, anunciou a Universidade de Oxford nesta sexta-feira (23/4).
Essa vacina, R21 / Matrix-M, é a primeira a atingir a meta de eficácia de 75% definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com a universidade, que colabora no seu desenvolvimento com a farmacêutica americana Novavax.
Publicados na revista científica The Lancet, "esses novos resultados dão grande esperança sobre o potencial dessa vacina", comentou em um comunicado o professor Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner em Oxford, que também desenvolveu a vacina contra covid-19 com AstraZeneca.
Esse soro, que pode ser aprovado para uso em dois anos, dá esperança diante dos temores de que a malária se torne resistente aos tratamentos.
Essa doença parasitária transmitida por mosquitos matou mais de 400.000 pessoas em todo o mundo em 2019, dois terços delas com menos de cinco anos. A grande maioria dos casos (94% das 229 milhões de infecções no mundo) e mortes ocorrem na África, de acordo com a OMS.
De acordo com um ensaio clínico de fase dois de 2019 com 450 crianças de 5 a 17 meses em Burkina Faso, a vacina da Universidade de Oxford foi 77% eficaz nas que receberam uma dose alta e 71% nas que receberam uma dose mais baixa.
Efeitos colaterais graves não foram observados. 4.800 crianças já começaram a ser recrutadas em quatro países africanos para a fase final dos ensaios clínicos.
A vacina pode ser fabricada em grande escala e com baixo custo, segundo seus idealizadores. Uma parceria com o Serum Institute of India (SII), que também produz a vacina contra o coronavírus da Oxford / AstraZeneca, permitirá que "pelo menos 200 milhões de doses sejam fabricadas anualmente nos próximos anos", segundo Hill.
Outra vacina, desenvolvida pela gigante britânica GSK, foi administrada a cerca de 650.000 crianças desde 2019 em Malawi, Gana e Quênia como parte de um programa piloto da OMS.
No entanto, esta é menos eficaz, prevenindo 4 em cada 10 casos de malária e 3 em cada 10 casos de malária grave com risco de vida.
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