A suspensão do direito ao voto da Síria na Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) demonstra o "compromisso ético" da comunidade internacional para eliminar este tipo de armamento, declarou nesta quinta-feira (22/4) o diretor da organização, Fernando Arias.
Os Estados-membros aprovaram na quarta-feira (21/4) em sua sede em Haia uma moção, apoiada por países ocidentais, que priva Damasco de seus "direitos e privilégios", medida sem precedentes na história da OPAQ, fundada há quase um quarto de século, e prêmio Nobel da Paz 2013.
Síria e sua aliada Rússia denunciaram a decisão, acusando as potências ocidentais de usarem a OPAQ como "instrumento político".
Com esta decisão, os Estados-membros "reafirmaram que o uso de armas químicas é a violação mais grave possível da Convenção" sobre a proibição dessas armas, disse nesta quinta-feira (22/4) o diretor-geral da OPAQ.
A França apresentou a moção em nome de 46 países, entre eles Reino Unido e Estados Unidos, após a publicação no ano passado de uma investigação da OPAQ de acordo com a qual a força aérea síria usou gás sarin e cloro em três ataques contra a aldeia de Latamné (norte) controlada pelos rebeldes, em 2017.
A Síria nega categoricamente e afirma que esses ataques foram inventados, alegando ter colocado todo seu 'estoque' de armas químicas sob supervisão internacional, após um acordo alcançado em 2013, quando se integrou à OPAQ.
Isso aconteceu depois de um ataque com gás sarin, um agente neurotóxico, que matou cerca de 1.400 pessoas nos subúrbios de Damasco, segundo a acusação.
Oitenta e sete países votaram a favor da moção, 15 - incluindo Síria, Rússia, China e Irã - votaram contra e 34 se abstiveram.
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