Cerca de 65.000 pessoas fugiram da cidade de Damasak, no nordeste da Nigéria, anunciaram nesta sexta-feira (16/4) as Nações Unidas, após uma série de ataques extremistas islâmicos que mataram mais de 20 pessoas, segundo fontes locais.
Baba Sheik Haruna, assessor do governador do estado de Borno, disse que o último ataque, na quarta-feira (14/4), matou 18 pessoas, além de outras quatro vítimas na terça-feira (13/4).
Terroristas do grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap) realizaram uma série de ataques entre sábado (10/4) e quarta-feira (14/4) contra Damasak, uma cidade estratégica às margens do Lago Chade, na fronteira entre a Nigéria e o Níger.
Eles queimaram vários prédios, incluindo delegacias de polícia, uma clínica e os escritórios do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Alguns moradores fugiram para Maiduguri, capital do estado de Borno, onde mais de um milhão de pessoas já se refugiaram nos últimos anos devido aos combates entre o exército e grupos extremistas.
Muitos outros cruzaram a fronteira para Diffa, no Níger, um dos países mais pobres do mundo.
As 85.000 pessoas que viviam em Damasak dependiam principalmente de ajuda humanitária, mas todas as organizações também tiveram que deixar a cidade por medo da violência.
O exército nigeriano negou qualquer ataque à cidade, afirmando que as tropas conseguiram "repelir os terroristas" e que tudo voltou ao normal.
Desde o início da rebelião em 2009 do grupo radical islâmico Boko Haram no nordeste da Nigéria, o conflito causou quase 36.000 mortes e 2 milhões de deslocadas.
Em 2016, o grupo se dividiu entre a facção histórica e o Iswap, reconhecido pelo grupo Estado Islâmico.
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