Antes do assalto de 6 de janeiro, a polícia do Congresso dos Estados Unidos contava com mais informação de Inteligência do que se sabia, mas recebeu instruções de não usar suas táticas mais agressivas para conter a multidão violenta - indica um informe citado pela imprensa americana na terça-feira (13).
Redigido pelo inspetor geral interno da Polícia do Capitólio, Michael Bolton, o incisivo documento de 104 páginas concluiu que os policiais não se prepararam, ou responderam de forma inadequada ao ataque, que terminou em cinco mortos, informaram o jornal The New York Times e o canal de notícias CNN.
Uma audiência no Congresso sobre o relatório está marcada para esta quinta-feira (15/5).
A polícia do Capitólio não se preparou adequadamente, apesar de ter recebido informações que os advertiam de que apoiadores do então presidente Donald Trump representavam uma ameaça. Eles nunca aceitaram a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro.
Três dias antes do ataque, esta força recebeu um informe de Inteligência, alertando sobre possível violência por parte dos seguidores do agora ex-presidente republicano.
"Diferentemente de outros protestos pós-eleitorais, os alvos dos simpatizantes de Trump não são, necessariamente, os contramanifestantes", mas "o próprio Congresso", afirmou o relatório, de acordo com o New York Times.
A propensão do grupo "Stop the Steal" ("Parem o roubo"), ativo nas redes sociais, "de atrair supremacistas brancos, membros da milícia e outros que promovem ativamente a violência pode levar a uma situação significativamente perigosa para as agências de aplicação da lei e para o público em geral", acrescenta o documento.
Um dia antes do ataque, porém, a polícia escreveu em seu plano de gestão do protesto que "não havia ameaças específicas conhecidas relacionadas à sessão conjunta do Congresso". Nesta sessão, os legisladores deveriam certificar formalmente a vitória de Biden sobre Trump.
Por ordem de seus superiores, os policiais foram impedidos de usar suas ferramentas e técnicas mais poderosas para o controle de grandes manifestações, indica o relatório interno.
"Armas pesadas não letais", como granadas de efeito moral, "não foram usadas naquele dia por ordem de superiores", escreveu Bolton.
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