A Justiça alemã abriu uma investigação sobre o papel do supervisor financeiro Bafin e de seus funcionários no gigantesco escândalo financeiro que abalou a provedora de pagamentos Wirecard, anunciou a Promotoria nesta segunda-feira (12/4).
A investigação foi aberta após a apresentação de várias denúncias contra Bafin por não ter supervisionado corretamente a Wirecard e pelos supostos crimes de abuso de informação privilegiada sobre as ações da empresa, afirmou uma porta-voz da Promotoria de Frankfurt em um comunicado enviado à AFP.
A Promotoria abriu "uma investigação para analisar a pertinência, principalmente de um ponto de vista criminal, das acusações contra responsáveis e empregados" do regulador financeiro, diz o comunicado.
No entanto, a Justiça "ainda não pode dizer quais indivíduos" serão investigados, acrescentou a porta-voz.
Wirecard, uma empresa que participava na Bolsa de Frankfurt, afundou no ano passado depois de reconhecer um rombo de 1,9 bilhão de euros (2,26 bilhões de dólares) em suas contas.
O caso provocou a destituição do chefe do Bafin e o lançamento de uma reforma da supervisão bancária por parte do Ministério das Finanças alemão.
"Várias denúncias" apresentadas "principalmente por acionistas da Wirecard" acusam os responsáveis do Bafin de não terem supervisionado a empresa corretamente e também alguns funcionários de terem comprado ou vendido ações da empresa "servindo-se de informações internas".
No final de janeiro, o Bafin anunciou que havia denunciado um de seus empregados por abuso de informação privilegiada.
Segundo o Ministério das Finanças, cerca de 85 funcionários do Bafin especularam com as ações da Wircard no primeiro semestre de 2020, antes que o grupo afundasse, o que gera dúvidas sobre sua independência.
A Justiça também está investigando a atuação do gabinete de auditoria EY, que validou as contas da provedora de serviços de pagamento sem detectar a fraude.
O EY substituiu seu diretor na Alemanha.
Por outro lado, a Promotoria de Munique continua investigando ex-diretores da Wirecard, como seu fundador e ex-presidente Markus Braun e seu associado Jan Marsalek, que está foragido.
A empresa está se desmantelando e algumas de suas filiais foram compradas por outras sociedades financeiras.
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