A inflação interanual na zona do euro chegou a 1,3% em março, acima do 0,9% registrado em fevereiro - anunciou o escritório europeu de estatísticas, Eurostat, nesta quarta-feira (31/3).
De acordo com estimativa do Eurostat, esta alta foi impulsionada por um aumento de 4,3% na energia e por uma retomada da atividade econômica na Eurozona, em um cenário marcado pela persistente pandemia de coronavírus.
Embora temporária, a inflação continuará nessa tendência pelo menos até o verão, quando a esperada reabertura da economia verá um aumento repentino na demanda, disse Charlotte de Montpellier, economista do ING.
O aumento registrado em março "é uma ilustração da recuperação da atividade. Não é preocupante, porque é temporário", disse ela à AFP.
A economista também sinalizou pontos de estagnação na cadeia de abastecimento global, como o caso mais visível e recente do "Ever Given", o meganavio que ficou encalhado por seis dias no Canal de Suez.
No início do mês, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse no início deste mês que o aumento dos preços ao consumidor era resultado de "fatores temporários" ligados, principalmente, à pandemia e que isso não levaria o banco a endurecer sua política monetária no curto prazo.
Indicando que a demanda ainda é lenta na Europa, o Eurostat observou que a inflação subjacente, que exclui energia e outros elementos mais voláteis, caiu de 1,1%, em fevereiro, para 0,9%, em março.