O líder da esquerda radical espanhola Pablo Iglesias concluiu nesta terça-feira (30) sua saída do governo para competir nas eleições regionais de Madri, e foi substituído como vice-presidente pela ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, figura em ascensão do Podemos.
Iglesias participou nesta terça de seu último conselho de ministros. Participa desde janeiro de 2020 como segundo vice-presidente dos Direitos Sociais, dentro do governo de coalizão com os socialistas do presidente Pedro Sánchez, onde protagonizou inúmeras divergências em várias questões.
Para a surpresa geral, Iglesias anunciou em 15 de março sua saída do Executivo para concorrer em 4 de maio nas eleições regionais de Madri, que as pesquisas anunciam como muito difíceis para o Podemos e na qual a presidente conservadora madrilenha Isabel Díaz Ayuso espera revalidar seu mandato.
"Agora tenho que continuar trabalhando onde acredito que posso ser más útil", disse Iglesias em um vídeo publicado nesta terça-feira em sua conta do Twitter.
Segundo anunciou Pedro Sánchez em um breve discurso e cumprindo com o esperado, a vice-presidência reservada ao Podemos recai sobre Yolanda Díaz, que continuará paralelamente como ministra do Trabalho.
Durante a crise econômica gerada pela pandemia, Díaz se destacou por seu tom conciliador com empresários e sindicatos, e conduziu os arquivos de regulamentação temporária do emprego, os chamados ERTEs, planos de desemprego subsidiados pelo governo para evitar que centenas de milhares de trabalhadores fossem demitidos imediatamente.
Díaz será terceira vice-presidente e trabalhará com outras três vice-presidentes, uma inovação mundial elogiada por Sánchez, que destacou as "lideranças feministas" de seu Executivo, composto por 12 ministras e 10 ministros.
Desse modo, continua como primeira vice-presidente a socialista Carmen Calvo, como segunda vice-presidente assume Nadia Calviño, titular de Economia e até agora terceira vice-presidente, e como quarta vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica permanece Teresa Ribera.
Sánchez também promoveu Ione Belarra como ministra dos Direitos Sociais, líder do Podemos muito próxima a Iglesias e até agora secretária de Estado.
A esquerda radical possui cinco cargos ministeriais na coalizão do governo (Trabalho, Igualdade, Direitos Sociais, Universidades e Consumo), contra 17 socialistas. A reforma ministerial desta terça-feira (30) é a segunda do governo de coalizão.
Em janeiro e em plena terceira onda da pandemia, saiu do Executivo o ministro da Saúde Salvador Illa, para concorrer no mês seguinte nas eleições regionais catalãs. Ele foi substituído pela atual ministra, Carolina Darias.