A Justiça alemã confirmou, nesta terça-feira (30/3), a condenação de uma das principais fabricantes de armas do país, Heckler & Koch, a vários milhões de euros de multa pela venda ilegal de milhares de fuzis a cartéis de drogas no México.
A fabricante, cujo faturamento anual em 2019 foi de 239 milhões de euros (281 milhões de dólares), terá que pagar uma multa de mais de três milhões de euros (3,5 milhões de dólares), decidiu o Tribunal Federal de Justiça de Karlsruhe (sudoeste).
O tribunal também confirmou a pena de prisão com sursis para dois ex-funcionários da empresa e rejeitou os pedidos de revisão apresentados pela acusação, pelos réus e pela empresa na sequência do processo no tribunal regional de Stuttgart (sudoeste) em 2019.
A alta jurisdição ainda não se pronunciou sobre uma pequena parte da multa de 3,7 milhões de euros (4,2 milhões de dólares) aplicada em primeira instância à Heckler & Koch.
A decisão desta terça-feira (30/3) também confirmou a absolvição de três outros acusados pelo tribunal de Stuttgart.
Entre 2006 e 2009, a empresa de armas vendeu cerca de 5.000 fuzis G36 nas províncias mexicanas sob controle de cartéis de drogas.
O valor total destas vendas, efetuadas através de certificados de venda falsos, foi avaliado em cerca de 4,1 milhões de euros (4,8 milhões de dólares).
Segundo a acusação, algumas dessas armas foram usadas por policiais na morte de seis estudantes mexicanos. Também foram usadas nos supostos assassinatos de outros 43 estudantes no estado de Iguala, no sul do país, em setembro de 2014.
Naquela época, a Alemanha autorizava a exportação de armas para o México, exceto nas províncias marcadas pelo peso dos cartéis, da corrupção e das violações dos direitos humanos.