PANDEMIA

Restrições em Miami dividem a comunidade

Invadida por jovens turistas animados pelo início da primavera, a cidade americana de Miami tenta conter o caos e a pandemia do novo coronavírus, em meio a desacertos. Autoridades estenderam o estado de emergência, mas líderes comunitários questionam o uso da repressão policial contra uma multidão composta, principalmente, de afro-americanos.
Para alguns, o método não é o melhor depois de meses de protestos contra a violência policial nos Estados Unidos, que surgiram depois que George Floyd foi estrangulado até a morte em maio passado por um policial branco. Vídeos e fotos nas redes sociais mostram mulheres seminuas rebolando nos tetos dos carros, homens oferecendo a elas maços de notas e uma multidão de turistas amontoados, dançando sobre os carros, além de debandadas, brigas, tiros para o alto e confrontos com policiais.
Por isso, no sábado, a cidade impôs toque de recolher noturno nas ruas mais turísticas de South Beach, epicentro da festa em Miami Beach. Também foi ordenado o fechamento das três pontes que ligam a ilha a Miami das 22h às 6h.
O chefe de polícia de Miami Beach, Richard Clements, disse ao Canal 10 local que a situação é desafiadora porque as restrições relaxadas contra a pandemia da Flórida atraem muito mais turistas do que o normal, além das tensões raciais que aumentaram no ano passado. “É uma combinação de covid e, acima de tudo, como policiais, estamos lidando com as reações do verão passado e a situação de George Floyd.”