Cerca de 150.000 trabalhadores da saúde receberão a partir desta segunda-feira (22) a vacina Soberana 2, o antígeno experimental mais avançado de Cuba, informaram as autoridades locais. Nesta semana também começou a fase três dos ensaios clínicos da Abdala, a segunda vacina candidata nesta fase, com outros 48.000 voluntários.
A autoridade reguladora de medicamentos de Cuba aprovou neste fim de semana "a execução de um ensaio de intervenção com a #Soberana02 em 150 mil voluntários, para avaliar os efeitos diretos e indiretos da vacinação em grupos da população de risco de infecção, de doença ou de dispersão da epidemia", disse no Twitter o ministério da Saúde.
"Esses voluntários pertencem ao grupo de risco dos profissionais da saúde", disse o Grupo Empresarial das Indústrias Biotecnológica e Farmacêutica de Cuba (Biocubafarma).
A vacinação da equipe médica voluntária será aplicada em instituições de saúde de Havana, onde a última fase de ensaios da Soberana 2 está em andamento desde 4 março com 44.000 voluntários. Os ensaios clínicos da Abdala, por sua vez, ocorrem nas províncias de Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo, no leste do país.
"Bayamo amanhece fazendo história", disse a Biocubafarma no Twitter. Uma mulher desta província de Granma foi a primeira cubana a se vacinar pela manhã com a Abdala.
Quando uma das vacinas candidatas, Soberana 2 ou Abdala, for autorizada, se tornará a primeira vacina anticovid concebida e produzida na América Latina.
Os cientistas cubanos trabalham em quatro vacinas candidatas contra o coronavírus: Soberana 1 (em fase 2), Soberana 2 (fase 3), Abdala (fase 3) e Mambisa (fase 1). Uma quinta, a Soberana +, é uma reformulação da Soberana 1, destinada aos convalescentes da doença.
Cuba estabeleceu a meta de vacinar este ano toda a sua população de 11,2 milhões de habitantes, e planeja completar em agosto as 33 milhões de doses necessárias, segundo fontes científicas, considerando três doses por pessoa.
Cuba afirmou nesta segunda-feira ter a maior taxa de recuperação de pacientes contra a covid-19 na América, com 94,2% dos que contraíram a doença até 20 de março, segundo o Ministério da Saúde Pública. Desde o início da pandemia há um ano, Cuba registra 67.476 casos e 397 mortes.