Crime

Jovem assassinada em Londres é identificada, policial é acusado

A gerente de marketing de 33 anos desapareceu quando voltava para casa no sul da capital. O corpo foi encontrado escondido em uma floresta. O caso chocou o Reino Unido

Um policial foi acusado de sequestro e homicídio culposo em Londres nesta sexta-feira (12/3) após a identificação do corpo de uma jovem desaparecida em 3 de março, um caso que chocou o Reino Unido.

A Polícia Metropolitana de Londres anunciou que o agente de sua unidade de proteção à representação diplomática, Wayne Couzens, 48, foi indiciado pela morte de Sarah Everard. A gerente de marketing de 33 anos desapareceu quando voltava para casa no sul da capital.

A promotoria confirmou em comunicado que o suspeito foi acusado de "sequestro e homicídio".

Wayne Couzens, que compareceu perante um juiz neste sábado, foi preso na noite de terça-feira em Kent (sudeste da Inglaterra), onde reside e onde o corpo da vítima foi encontrado na quarta-feira em uma floresta. O cadáver foi oficialmente identificado nesta sexta.

Sarah Everard havia visitado amigos em Clapham, no sul de Londres, e estava voltando para Brixton, a cerca de 50 minutos a pé, quando desapareceu por volta das 21h30.

Em um tuíte na quinta-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson declarou-se "chocado e triste" com o caso e pediu para a polícia "trabalhar rapidamente para encontrar todas as respostas para esse crime horrível".

Atentado ao pudor

O policial acusado de homicídio também é suspeito de atentado ao pudor. A Polícia Militar (IOPC) disse quinta-feira que irá determinar se as forças de ordem trataram de forma "adequada" estes acontecimentos, que teriam ocorrido no dia 28 de fevereiro, poucos dias antes do desaparecimento de Sarah Everard, em um restaurante em Londres.

Citada em declaração policial, a família da vítima descreve a jovem como "forte", "alegre e bonita", "gentil e amorosa".

Wayne Couzens entrou para a polícia de Londres em setembro de 2018. Desde fevereiro de 2020, ele fazia parte de uma unidade armada e uniformizada encarregada de proteger embaixadas e outras representações diplomáticas, disse a polícia.

O suspeito teve que receber atendimento hospitalar duas vezes por causa dos ferimentos ocorridos em uma cela durante sua prisão, disse a polícia.

O caso causou comoção profunda no Reino Unido. Na quinta-feira, a deputada Jess Phillips leu na Câmara os nomes de 118 mulheres assassinadas no país no ano passado.

Várias associações convocaram vigílias em memória de Sarah Everard para este sábado. A polícia, porém, alertou que essas congregações são ilegais devido a restrições sanitárias. As organizações podem receber uma multa de 10.000 libras (cerca de 12.670 dólares).

Confinado por mais de dois meses, o Reino Unido está abrandando gradualmente algumas restrições. O coronavírus deixou mais de 125.000 mortos no país.