FAMÍLIA REAL

Archie: Por que o filho de Meghan e Harry não é um príncipe?

A preocupação de Meghan vai além do título em si e tem relação com a segurança do filho — o nível de proteção concedida aos membros da família real não é o mesmo para todos

Na entrevista concedida a Oprah Winfrey, Meghan Markle comentou sobre conversas que ocorreram quando ela estava grávida sobre o status de seu futuro filho dentro da família real, incluindo o título que ele ou ela receberia.

"Eles estavam dizendo que não queriam que ele fosse um príncipe ou princesa, não sabendo qual seria o gênero, o que seria diferente do protocolo", disse a duquesa de Sussex.

A preocupação de Meghan, conforme detalhou na entrevista à apresentadora americana, ia além do título em si e tinha relação com a segurança do filho — o nível de proteção concedida aos membros da família real não é o mesmo para todos.

O que diz o protocolo real?

As regras sobre quem pode ser príncipe e, por consequência, elegível ao tratamento como Sua Alteza Real (HRH, his royal highness) vêm de uma carta-patente emitida pelo rei George 5º em novembro de 1917.

Carta-patente é um instrumento jurídico que pode ter forma de carta aberta do monarca e pode ser usada ??para declarações reais ou para a concessão de títulos da nobreza.

Na carta de 1917, George 5º declarou que os bisnetos do monarca não seriam mais príncipes ou princesas, exceto o filho mais velho do filho mais velho do Príncipe de Gales.

Na situação atual, isso significa que o príncipe George, filho de Kate Middleton e do príncipe William, se tornou automaticamente um príncipe, mas não Archie — o filho de Harry e Meghan —, embora ambos sejam bisnetos da rainha.

Segundo esse protocolo, os irmãos do príncipe George — Charlotte e Louis — também não teriam recebido o título.

No entanto, em dezembro de 2012, a Rainha também emitiu uma carta patente que dizia que todos os filhos do Príncipe William teriam o direito de ser príncipes ou princesas e de receber o título de Sua Alteza Real.

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Meghan disse que sua preocupação ia além do título e envolvia questões relativas à segurança do filho

E o título de Archie?

De acordo com a carta de 1917, Archie tem o direito de se tornar um príncipe, mas não agora. Segundo o documento, os filhos do duque e da duquesa de Sussex teriam que esperar até que o príncipe Charles se torne rei, momento em que passariam a ser netos do monarca e, portanto, teriam o direito de ser príncipes ou princesas.

É por isso que as filhas do príncipe Andrew — Beatrice e Eugenie — foram princesas desde o nascimento, mas August, o filho de sua filha, a princesa Eugênia, não é um príncipe.

A duquesa de Sussex tinha ciência do protocolo. Ela se referiu na entrevista a uma "convenção de George 5º ou George 6º" que significaria que seu filho Archie se tornaria um príncipe "quando o pai de Harry se tornasse rei".

Mas prosseguiu dizendo que, quando ela estava grávida, lhe disseram que "eles querem mudar a convenção para Archie" para que ele não se tornasse um príncipe.

Ela não deu mais detalhes sobre isso, e o Palácio de Buckingham não comentou as afirmações.

A entrevista

Na aguardada entrevista à apresentadora de TV americana Oprah Winfrey, Harry e Meghan falaram sobre racismo, saúde mental, tratamento pela mídia e outros membros da realeza.

Uma das principais revelações foi a de que um membro não identificado da família real teria demonstrado preocupação sobre "quão escura" a pele do filho do casal seria.

A declaração foi feita por Meghan à Oprah e, posteriormente, confirmada por Harry na mesma entrevista.

Meghan também falou sobre como se sentiu solitária depois de entrar para a família real e sobre a perda de sua liberdade. "Quando me juntei àquela família, foi a última vez, até virmos para cá, que vi meu passaporte, minha carteira de motorista, minhas chaves, tudo isso é entregue a eles", disse.

Ela disse que sua saúde mental piorou tanto que "não queria mais estar viva".

Membros do alto escalão da família real britânica se reuniram para discutir a crise provocada pela entrevista.

A repórter da BBC que cobre a família real, Daniela Relph, disse que é "cada vez mais insustentável para o Palácio de Buckingham não dizer nada" sobre as manifestações do duque e da duquesa de Sussex — ela acrescenta, contudo, que seja improvável que se responda com pressa à crise.


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