A emissária da ONU para Mianmar, Christine Schraner Burgener, disse ao Conselho de Segurança nesta sexta-feira(5) que "a repressão deve cessar" no país asiático, mas não pediu sanções internacionais contra a junta militar birmanesa.
"A unidade é mais necessária do que nunca em Mianmar", acrescentou ela durante uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança, de acordo com uma transcrição de seu discurso divulgada à mídia.
Como na semana passada, a emissária exortou a comunidade internacional "a não dar legitimidade ou reconhecimento" ao regime militar que perpetrou o golpe de 1º de fevereiro.
O Conselho de Segurança não divulgará nenhuma declaração conjunta nesta sexta-feira, disseram diplomatas que pediram o anonimato.
Na próxima semana, no entanto, haverá negociações sobre um projeto britânico, observou a mesma fonte.
"Temos que mostrar firmeza e oportunismo para conseguir o fim da violência e a restauração das instituições democráticas em Mianmar", disse Schraner Burgener.
“Temos que denunciar as ações dos militares, que continuam a violar gravemente os princípios desta organização”, insistiu a suíça.
Na quarta-feira, durante uma entrevista coletiva, a emissária pediu aos países membros da ONU que "tomem medidas rígidas". E afirmou que falou com as forças birmanesas para alertá-las sobre as possíveis medidas contra elas.
“A resposta foi: 'estamos acostumados a sanções e sobrevivemos a elas no passado'”, explicou a emissário.
"Ainda não chegamos ao estágio em que as sanções do Conselho de Segurança são possíveis", disse um diplomata anônimo, que descartou um consenso com a China e a Rússia, os principais apoiadores de Mianmar.