Os Estados Unidos expressaram nesta quinta-feira (4/3) seu "apoio" à decisão dos europeus de retirar a resolução que apresentariam contra o Irã perante a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e mostraram sua esperança de que Teerã agora aceite "dialogar" com Washington.
"Esperamos com muito interesse que os iranianos concordem em dialogar para alcançar progressos concretos e confiáveis", disse à imprensa o porta-voz da diplomacia dos Estados Unidos, Ned Price.
Os europeus renunciaram à resolução diante da AIEA para tentar colocar o Irã de volta à mesa de negociações com os Estados Unidos, um avanço celebrado por Teerã.
Os países europeus "decidiram, com o total apoio dos Estados Unidos, que a melhor forma" de avançar "era abster-se de apresentar o projeto de resolução", explicou Ned Price.
"Estamos satisfeitos com o resultado da reunião do conselho de governadores da AIEA", acrescentou ele, depois que o Irã aceitou realizar reuniões técnicas com o órgão da ONU para esclarecer várias questões pendentes.
Em 2018, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou seu país do acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear do Irã, por considerá-lo insuficiente para garantir que Teerã não desenvolveria uma bomba nuclear.
Washington, na época, restabeleceu todas as suas sanções contra a República Islâmica e, em retaliação, o Irã começou a violar o acordo.
O novo presidente, Joe Biden, se mostrou disposto a retornar ao pacto se o Irã voltar a respeitá-lo.
Washington exige uma reunião direta para iniciar as negociações para salvar o acordo de 2015, mas Teerã quer a retirada de pelo menos algumas das sanções para se sentar à mesa ou, pelo menos, um compromisso dos Estados Unidos de que vai retirá-las após um primeiro encontro.
"Dissemos claramente que o que estamos dispostos a fazer é nos engajar em um diálogo construtivo", disse Price. "Essa é a oferta que está na mesa."