A gigante sueca da moda H&M afirmou, na quarta-feira (31/3), que fará "todo possível" para encontrar uma solução para o boicote que sofre na China, após se comprometer a não comprar algodão da região de Xinjiang para defender os direitos da minoria uigur.
"Estamos determinados a recuperar a confiança dos nossos clientes e sócios comerciais na China", disse a companhia em um comunicado.
"Estamos trabalhando com nossos sócios na China para fazer todo o possível para administrar essas dificuldades e encontrar uma solução", acrescenta o texto, sem dar mais detalhes.
Cerca de 20% da produção mundial de algodão procede da China, principalmente da província de Xinjiang, onde os uigures, uma minoria muçulmana, vivem reprimidos e explorados por Pequim, segundo defensores dos direitos humanos.
A China sempre rejeitou estas acusações.
Na semana passada, após as sanções de Reino Unido, União Europeia, Estados Unidos e Canadá contra a China pelo tratamento dado aos uigures, na rede social chinesa Weibo (o Twitter do gigante asiático), foram lembrados os compromissos assumidos em 2020 por vários gigantes da indústria têxtil, como H&M, Nike e Uniqlo, de não comprar algodão de Xinjiang.
Este foi o ponto de partida de uma campanha de boicote a estas marcas, que viram seus produtos serem retirados das principais plataformas chinesas de vendas on-line chinesas, assim como personalidades anunciando que não seriam mais embaixadoras desses grupos.
Hoje, a H&M publicou seus resultados trimestrais (dezembro-fevereiro), nos quais registrou um prejuízo em torno de US$ 121 milhões, devido à pandemia. A crise sanitária mundial afeta, em especial, um terço de suas 5.000 lojas, que estão fechadas.
A marca afirmou, porém, que as vendas registraram um avanço de 55% em março, em relação ao mesmo período do ano anterior.
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