OBITUÁRIO

Morreu o restaurador italiano que transformou a Capela Sistina

Colalucci, responsável pela chamada "restauração do século", que revelou as cores brilhantes e originais da obra-prima renascentista, dirigiu pessoalmente a limpeza da Capela Sistina, iniciada em 1980 e concluída em 1994

Agência France-Presse
postado em 29/03/2021 17:09
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

O restaurador italiano Gianluigi Colalucci, que liderou na década de 1980 a restauração e limpeza dos afrescos da Capela Sistina, realizados por Michelangelo, morreu, em Roma, aos 92 anos, informaram nesta segunda-feira (29/3) os Museus do Vaticano.

Colalucci, responsável pela chamada "restauração do século", que revelou as cores brilhantes e originais da obra-prima renascentista, dirigiu pessoalmente a limpeza da Capela Sistina, iniciada em 1980 e concluída em 1994, após intensos anos de trabalho.

O mestre restaurador entrou para a história da restauração ao decidir retirar a milenar camada de sujeira formada pela fumaça das velas de sebo, cera e fuligem, o que mudou a percepção da obra de Michelangelo. Assim, foi descoberta uma série de nuances e cores que estavam ocultas por causa de outras restaurações e atos de censura.

Colalucci também mudou a história da arte no que diz respeito à figura de Michelangelo, tanto que se dizia que "todo livro sobre Michelangelo deveria ser reescrito".

A restauração completa foi financiada também pela TV japonesa, a Nippon Television, que contribuiu com 4,2 milhões de dólares, em troca dos direitos de gravar o trabalho, algo inédito na época para o Vaticano.

O anúncio da morte de Colalucci foi feito pelos Museus do Vaticano no Instagram: "Morreu esta noite o mestre Gianluigi Colalucci. Foi ele que liderou o trabalho de restauração dos afrescos de Michelangelo na Capela Sistina, considerada por muitos a restauração do século. As cores atuais da abóbada e o Juízo Final de Michelangelo, que agora podem ser admirados em todo o seu esplendor, devem-se à sua coragem e talento", afirma a publicação.

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