Redes sociais

Facebook bloqueia página de Maduro por violar política de desinformação

A medida foi tomada após a remoção de um vídeo publicado por Maduro sobre o Carvativir, mais recente de uma série de remédios sem estudos médicos publicados

Agência France-Presse
postado em 27/03/2021 19:13 / atualizado em 27/03/2021 19:13
 (crédito: Yuri CORTEZ / AFP)
(crédito: Yuri CORTEZ / AFP)

O Facebook bloqueou por 30 dias a página do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, após "reiteradas violações" da política sobre desinformação relacionada à covid-19, anunciou neste sábado (27/3) a empresa.

A medida foi tomada após a remoção de um vídeo publicado por Maduro sobre o Carvativir, mais recente de uma série de remédios sem estudos médicos publicados, que o presidente promoveu como "gotinhas milagrosas" para tratar a doença.

"Removemos um vídeo publicado na página do presidente Nicolás Maduro por violar nossas políticas sobre desinformação relacionada a covid-19 e que poderia colocar as pessoas em risco", afirmou um porta-voz do Facebook à AFP.

"Seguimos as orientações da Organização Mundial da Saúde, segundo as quais atualmente não existe nenhum medicamento que previna ou cure o vírus. Por conta de reiteradas violações de nossas política, bloqueamos a página por 30 dias, durante os quais a mesma estará disponível no modo leitura".

Já aconteceram outras violações. "Uma mensagem é enviada a todos os administradores da conta, com um aviso sempre que acontece uma violação. Eles estão cientes", afirmou a fonte.

'Quem manda no mundo?'

Maduro já criticou a rede social por censurar seus vídeos relacionados ao Carvativir. "Eles dizem que até que a OMS diga sim eu não posso falar do Carvativir. Quem manda na Venezuela? O dono do Facebook? Quem manda no mundo? O dono do Facebook? Abusadores, Zuckerberg é o nome? É um tremendo abusador", disse Maduro em 2 de fevereiro. O governo venezuelano também já acusou outras redes sociais, como Twitter e Youtube, de censura.

O Facebook afirma que, desde o começo da pandemia, seus sistemas automatizados já eliminaram mais de 12 milhões de publicações consideradas enganosas sobre a Covid-19 ou as vacinas para combater a doença. No mês passado, a plataforma anunciou medidas enérgicas e ajustou suas políticas, regulamentando "anúncios que contenham afirmações enganosas, falsas ou infundadas sobre temas de saúde, incluindo as que asseguram que um produto ou serviço pode oferecer uma prevenção ou imunidade de 100% ou tem capacidade de curar o vírus". Com a colaboração da OMS, ampliou a lista de afirmações sobre as vacinas que foram desmentidas por cientistas e não são bem-vindas em sua plataforma.

Em reunião virtual neste sábado, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, sobre "os avanços dos testes clínicos do Carvativir".

Com 30 milhões de habitantes, a Venezuela acumula mais de 154.000 casos confirmados de covid-19 e 1.532 mortes, de acordo com os números oficiais, que são questionados por organizações como a Human Rights Watch por considerar que ocultam uma realidade muito pior.

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