Nairóbi, Quênia - O presidente da Tanzânia, John Magufuli, "morreu de coronavírus", afirmou nesta quinta-feira (18/3) o principal opositor dele, Tindu Lissu, que considerou o óbito uma "justiça poética" depois que o chefe de Estado minimizou a dimensão da covid-19.
A vice-presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, anunciou na quarta-feira que o presidente Magufuli, 61 anos, faleceu por problemas cardíacos que sofria há uma década.
À frente do país desde 2015 e reeleito para um segundo mandato em outubro, o presidente não aparecia em público desde 27 de fevereiro. A ausência alimentou os boatos de que havia testado positivo para covid-19.
Tindu Lissu, candidato à presidência nas eleições de outubro e atualmente no exílio na Bélgica, já havia afirmado que o presidente estava em um hospital de Nairóbi, a capital do Quênia, em estado grave devido ao coronavírus.
Mas o governo tanzaniano havia negado qualquer problema de saúde.
"Magufuli morreu de corona", como o vírus é chamado no leste da África, disse Tindu Lissu em uma entrevista ao canal de televisão queniano KTN, gravada na quarta-feira e exibida nesta quinta-feira.
"Magufuli não morreu esta noite. Tenho informações, basicamente das mesmas fontes que me disseram que estava gravemente doente, que Magufuli está morto desde quarta-feira da semana passada", afirmou.
"Isto é justiça poética. O presidente Magufuli desafiou o mundo na luta contra o corona (...) Desafiou a ciência. Ele se negou a adotar as precauções básicas que são recomendadas às pessoas de todo o mudo contra o corona", afirmou.
Durante o último ano, John Magufuli tentou minimizar o impacto da pandemia de coronavírus na Tanzânia e chegou a afirmar que o país estava "livre" da covid-19.
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