Ao menos 18 manifestantes contra o golpe foram assassinados em Mianmar pela repressão, ontem, quando os protestos se multiplicaram em todo o país desafiando o governo militar. A junta militar declarou a lei marcial em dois distritos de Yangon.
De acordo com a junta, o comandante regional de Yangon passa a ter o poder administrativo e judicial da lei marcial para, nos distritos de Hlaing Tharyar e Shwepyitha, para realizar a segurança, manter o Estado de direito e a tranquilidade de forma mais eficaz.
A crise não para em Mianmar desde que o Exército derrubou a líder civil Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro, provocando um levante em massa, no qual diariamente centenas de milhares de pessoas protestam pedindo o retorno à democracia.
Os deputados destituídos pedem à população para se defender durante o que definem como “momento mais sombrio da nação”.
A junta justificou sua tomada do poder, argumentando uma enorme fraude eleitoral nas eleições de novembro, vencidas por esmagadora maioria pelo partido Liga Nacional para a Democracia, de Suu Kyi.
Um grupo de parlamentares eleitos, dos quais a maioria está escondida, formaram uma espécie de parlamento clandestino chamado Comitê para Representar Pyidaungsu Hluttaw (CRPH) – palavra birmanesa que denomina o bloco governante –, destinado a denunciar o regime militar.
Nas últimas semanas, soldados e policiais reprimiram quase diariamente os manifestantes que pedem o retorno da democracia, lançando gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição real contra eles, para sufocar os protestos.
Mais de 80 pessoas morreram nos confrontos, de acordo com um grupo local de monitoramento, mas este número deve aumentar dramaticamente após a violência deste domingo no centro comercial de Yangon.
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