A Conferência Episcopal Peruana rejeitou neste sábado (27/2) a sentença de um tribunal que ordenou "respeitar" a decisão de uma paciente de acabar com sua vida de forma digna por sofrer de uma doença degenerativa e incurável. "A eutanásia sempre será um caminho errado, porque é um ataque ao direito inalienável à vida", disseram os bispos em comunicado.
Na primeira decisão sobre esta delicada questão no Peru, a 10ª Corte Constitucional do Tribunal Superior (de Apelações) de Lima ordenou na quinta-feira que o Ministério da Saúde e Previdência Social da Saúde (Essalud) "respeitasse a decisão" de Ana Estrada Ugarte, 44, "para acabar com sua vida por meio do procedimento técnico de eutanásia." Mas os bispos consideraram que a eutanásia "causa diretamente a morte de um ser humano e, portanto, é um ato inerentemente mau em todas as ocasiões e circunstâncias".
Ana, que é psicóloga, sofre de poliomielite incurável desde os 12 anos, uma condição que causa fraqueza muscular progressiva, razão pela qual ela usa cadeira de rodas desde os 20 anos, segundo a mídia local.
Os bispos peruanos afirmam que, de acordo com a Constituição do país sul-americano, “o propósito supremo do Estado é cuidar, respeitar e promover a vida desde a sua concepção até o seu fim natural; portanto, nenhuma autoridade pode legitimamente impor ou permitir isto."
Os Ministérios da Saúde e da Justiça, assim como a Essalud, podem apelar da decisão, mas até o momento não o fizeram.