SUPERLOTAÇÃO

Fuga em prisão do Haiti deixa 25 mortos e 400 foragidos

Inaugurada em 2012, a prisão de alta segurança de Croix-des-Bouquets, construída com fundos do Canadá, tem capacidade máxima para 872 detentos, embora na quinta-feira, antes da fuga, a população carcerária fosse quase o dobro

Mais de 400 presos são procurados pela polícia no Haiti, depois de uma fuga na quinta-feira na qual morreram 25 pessoas, entre elas o diretor do presídio, situado nos arredores da capital, anunciaram as autoridades nesta sexta-feira (26/2).

"Antes do incidente de ontem, havia 1.542 presos no presídio de Croix-des-Bouquets. A recontagem realizada nesta sexta-feira pela manhã nos mostra que há 1.125", anunciou na tarde desta sexta-feira Frantz Exantus, secretário de Estado de Comunicação, durante coletiva de imprensa em Porto Príncipe.

"Vinte e cinco pessoas morreram, inclusive seis prisioneiros e o inspetor Paul Hector Joseph, que era encarregado da prisão", acrescentou Exantus.

"Entre os mortos, alguns são cidadãos comuns que foram assassinados pelos presos durante sua fuga", lamentou o representante do governo.

Um dos presos foragidos que morreu foi Arnel Joseph, um dos principais líderes de grupos criminosos do país, morto a tiros na sexta-feira durante uma blitz da polícia 120 quilômetros ao norte do presídio de Croix-des-Bouquets.

"Arnel Joseph morreu enquanto atacava uma patrulha policial que havia detido a motocicleta em que viajava. A polícia tomou represálias e Arnel Joseph está morto", contou Exantus.

Acusado de ser o líder de uma das principais redes criminosas do Haiti, Joseph foi detido em julho de 2019.

Ele tinha tentado, sem sucesso, fugir pela primeira vez do presídio em julho de 2020, uma fuga que tinha anunciado por meio de um vídeo publicado nas redes sociais dias antes.

Joseph, que cumpria pena por homicídio, já tinha fugido duas vezes de outro presídio de Porto Príncipe em 2010 e 2017.

Inaugurada em 2012, a prisão de alta segurança de Croix-des-Bouquets, construída com fundos do Canadá, tem capacidade máxima para 872 detentos, embora na quinta-feira, antes da fuga, a população carcerária fosse quase o dobro.