O novo Parlamento da Venezuela, controlado pelo chavismo, pediu nesta terça-feira (23/2) ao governo de Nicolás Maduro que declarasse 'persona non grata' e expulsasse a embaixadora da União Europeia em Caracas, após sanções do bloco contra 19 funcionários venezuelanos.
A Assembleia Nacional unicameral aprovou um “acordo de repúdio” a estas sanções e propõe “exortar” Maduro a “declarar a chefe da delegação diplomática” da União Europeia (UE) no país sul-americano, Isabel Brilhante Pedrosa, "persona non grata" e, com isso, iniciar um processo de "expulsão".
O texto, aprovado por unanimidade, também pede uma revisão do acordo operacional do escritório da UE em Caracas.
“Levanto as duas mãos para que a representante da União Europeia seja declarada 'persona non grata'!”, afirmou Jorge Rodríguez, o presidente do legislativo, antes de levar o acordo a votação.
As últimas sanções afetam, entre outros funcionários, Remigio Ceballos, um dos principais líderes militares da Venezuela; Indira Alfonzo, chefe do Conselho Nacional Eleitoral; e dois congressistas.
Isso ocorre após as eleições parlamentares de 6 de dezembro, boicotadas e classificadas como fraude pelos principais partidos políticos da oposição e não reconhecidas pelos Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
A votação deu ao partido no poder e seus aliados 256 dos 277 assentos no Parlamento.
No dia 29 de julho, após mais um pacote de sanções, Maduro já havia declarado Brilhante Pedrosa 'persona non grata', dando 72 horas para que deixasse o país.
No entanto, quando esse prazo expirou, o governo socialista recuou, mas pediu "gestos" ao bloco em troca.
A Venezuela se tornou o primeiro país latino-americano a ser sancionado pela UE em 2017, que desde então aprovou medidas contra 55 funcionários venezuelanos, incluindo a proibição de viagens para seu espaço e o congelamento de bens.