Israel negou a entrada de milhares de vacinas contra covid-19 na Faixa de Gaza, o enclave palestino de dois milhões de habitantes sob o controle do movimento islâmico Hamas, acusou a Autoridade Palestina na noite desta segunda-feira (15/2).
A ministra palestina da Saúde, Mai al-Kaila, afirmou que Israel bloqueou a entrada de 2.000 doses de vacinas Sputnik V que enviou à Faixa de Gaza.
Israel "é totalmente responsável por esta medida abusiva", afirmou a ministra em um comunicado, argumentando que essas doses deveriam ser entregues nesta segunda-feira e se destinavam aos profissionais da saúde em Gaza.
A Autoridade Palestina, com sede na Cisjordânia ocupada, começou a vacinar alguns de seus profissionais de saúde no início de fevereiro, após receber 2.000 doses de vacinas de Israel, sob pressão da ONU e de ONGs.
Também recebeu 10.000 doses da vacina russa Sputnik V e anunciou a intenção de compartilhá-las com os palestinos na Faixa de Gaza, um território geograficamente separado da Cisjordânia por Israel e controlado pelo Hamas.
Mais cedo, o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, afirmou que a campanha de vacinação nos Territórios Palestinos foi prejudicada por atrasos nas entregas.
A Autoridade Palestina tinha agendado receber pelo menos 50 mil doses até meados de fevereiro, principalmente por meio do sistema comunitário Covax de ajuda aos países mais pobres, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com a Aliança para Vacinas (Gavi).
Com o atraso na entrega, "a data de início da campanha de vacinação (ao público) será informada mais tarde, assim que recebermos as vacinas de várias fontes", observou Shtayyeh antes da reunião semanal do governo palestino em Ramallah.
O primeiro-ministro se mostrou preocupado com o aumento do número de casos registrados "nos últimos dias", acrescentando que o toque de recolher permanecerá em vigor entre 19h e 6h, em dias normais, e durante todo o dia nos finais de semana, na Cisjordânia, sem especificar até quando.
A Autoridade Palestina afirmou ter assinado vários contratos com laboratórios estrangeiros, e que 70% da população seria vacinada.
Na Cisjordânia, o Ministério da Saúde registrou 114.850 casos e quase 1.400 mortes. Na Faixa de Gaza, são quase 53.600 infecções e 537 mortes.