Reino Unido

Executivo se desculpa por pedir que seus funcionários 'parem de reclamar' da pandemia

A polêmica surgiu após um artigo do Financial Times que fazia referência a uma reunião virtual da KPMG realizada na segunda-feira com 1.500 empregados, sobre o impacto da pandemia nas condições de trabalho

O presidente da auditoria britânica KPMG, Bill Michael, pediu desculpas nesta quarta-feira (10) após fazer comentários polêmicos em que pedia a seus funcionários para "parar de reclamar" das condições de trabalho devido à pandemia de coronavírus.

"Lamento as palavras que usei, que não refletem o que acredito, e pedi desculpas aos meus colegas", afirmou em um comunicado enviado à AFP.

"Garantir o bem-estar de nossa equipe e criar uma cultura em que todos possam prosperar é de suma importância para mim e está no centro de tudo o que fazemos como empresa", acrescentou.

A polêmica surgiu após um artigo do Financial Times que fazia referência a uma reunião virtual da KPMG realizada na segunda-feira com 1.500 empregados, sobre o impacto da pandemia nas condições de trabalho.

Segundo dois participantes, citados anonimamente pelo jornal, Michael pediu aos funcionários para "parar de reclamar" e não "jogar a carta da vítima".

Alguns trabalhadores haviam expressado anteriormente sua preocupação com uma possível redução de seus salários e benefícios, assim como a forma em que a KPMG mede o rendimento, classificando cada indivíduo de uma equipe do melhor ao pior.

Segundo os resultados anuais da empresa britânica, publicados na semana passada, seus 582 sócios tiveram seus salários reduzidos em 11%, até uma média de 572.000 libras (653.000 euros, 790.000 dólares), ao longo do ano.

Por sua vez, Michael teve sua remuneração reduzida em 14%, até 1,7 milhão de libras.

A KPMG é, junto com PwC, EY e Deloitte, uma das quatro grandes empresas que dominam o mercado da auditoria e que recebem o apelido de "quatro grandes".