A Promotoria alemã anunciou nesta sexta-feira (5) a acusação de uma ex-secretária de um campo de concentração nazista por cumplicidade no assassinato de mais de 10.000 pessoas, o primeiro caso contra uma mulher nos últimos anos.
A ex-secretária do comandante do campo de Stutthof é acusada de ter ajudado seus responsáveis "no assassinato sistemático de prisioneiros judeus, apoiadores poloneses e prisioneiros de guerra russos" entre junho de 1943 e abril de 1945, anunciou a Promotoria de Itzehoe (noroeste).
A mulher, que era menor de idade na época dos fatos, é acusada de ter sido "cúmplice no assassinato de mais de 10.000" pessoas, além de cumplicidade em tentativas de assassinato.
Se o processo continuar, um tribunal de menores julgará a mulher, que tem atualmente cerca de 90 anos e cuja identidade não foi divulgada. Mas a justiça deve primeiro decidir se ela pode ser responsabilizada criminalmente.
Em 2019, a rede regional NDR garantiu que 29 processos por crimes nazistas estavam em andamento na Alemanha, incluindo o de uma mulher de 94 anos, Irmgard F., ex-secretária de um comandante que atualmente vive em uma casa de repouso no norte de Hamburgo.
A Alemanha julgou e condenou nos últimos anos vários ex-membros das SS, bem como vários guardas de campos, como cúmplices em assassinatos, o que mostra uma crescente severidade de seu sistema judicial.
Em julho de 2020, o tribunal de Hamburgo condenou Bruno Dey, de 93 anos, a dois anos de prisão com pena suspensa por cumplicidade como guarda de um campo de concentração em milhares de assassinatos em Stutthof, perto da atual cidade polonesa de Gdansk.