San Salvador, El Salvador - Duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas em um ataque no domingo (31/1) contra uma caravana de militantes da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda) em El Salvador, a menos de um mês das eleições legislativas no país.
"Isto é grave, a disputa eleitoral não pode virar um banho de sangue", afirmou o procurador-geral Raúl Melara, que anunciou a detenção de três pessoas e a abertura de uma investigação.
O ataque aconteceu poucos dias depois das críticas do presidente Nayib Bukele aos acordos de paz assinados entre o exército e a então guerrilha para acabar com a guerra civil em 1992.
"Nunca havíamos vivido algo tão dramático nos 29 anos de acordos de paz", reagiu o secretário-geral da FMLN, Óscar Ortiz.
A deputada do hoje partido político FMLN Nidia Díaz afirmou que o incidente aconteceu no centro de San Salvador quando "impunemente" o agressor "atravessou um carro, desceu com uma pistola na mão e começou a atirar" contra caravana. "Este é o ódio fomentado por Bukele", disse.
Para Ortiz, no país está se configurando "uma campanha deliberada de ódio, de construção de confronto social desnecessário entre salvadorenhos e salvadorenhas". Ele criticou o presidente.
Díaz afirmou que a Procuradoria vai investigar o crime, que "não pode ficar na impunidade". Ele confirmou que três pessoas foram detidas.
Bukele comentou sobre a investigação, destacando que os três indivíduos estavam a bordo de um carro azul. Um deles, o atirador, era "ao que parece" um agente de segurança de personalidades importantes designado no ministério da Saúde, que retornava de um estádio depois de assistir à final de um torneio local de futebol.
Bukele disse ainda que a polícia também deteve dois militantes da FMLN, "suspeitos" de atirar contra o agente de segurança. O presidente anunciou no Twitter que "todos os responsáveis pagarão por seus atos".