A princesa Latifa, que denuncia ser "refém" de seu pai, o emir de Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, pediu à polícia britânica que volte a investigar o sequestro de sua irmã mais velha em Cambridge no ano 2000, em uma carta divulgada nesta quinta-feira (25) pela rede BBC.
"Tudo o que eu peço é que, por favor, prestem atenção no caso dela, porque pode ajudá-la a recuperar a liberdade", escreve Latifa na carta manuscrita, entregue na quarta-feira à polícia de Cambridgeshire por amigos da princesa de 35 anos.
Sua irmã mais velha, a princesa Shamsa, que agora tem 39 anos, tentou fugir de seu pai, Mohamed bin Rashed al-Maktum, em agosto de 2000, quando se encontrava na Inglaterra.
Segundo sua irmã mais nova, Shamsa foi encontrada dois anos após sua fuga, foi "drogada", devolvida para Dubai em um jato particular e "trancada". Depois disso, nunca mais foi vista.
Em alguns vídeos gravados em 2019 e divulgados na semana passada pela mídia britânica, Latifa afirma que está trancada como "refém" em uma "mansão transformada em prisão" e que teme por sua vida.
A polícia de Cambridgeshire confirmou à AFP nesta quinta-feira que recebeu a carta da princesa e garantiu que será "examinada" como parte de uma "revisão em andamento" da investigação sobre o desaparecimento de Shamsa, junto com os vídeos de Latifa.
"Este é um assunto complexo e sério", disse um porta-voz policial, e seria "inadequado" revelar "detalhes".
Em março de 2020, a polícia britânica anunciou que revisaria a investigação sobre o ocorrido com Shamsa em Cambridge, devido a uma sentença da Justiça britânica, segundo a qual o emir de Dubai teria ordenado o sequestro de suas duas filhas.
Essa sentença ocorreu no meio de um processo entre o emir de Dubai e a princesa Haya da Jordânia, sua sexta esposa, que chamou a atenção em 2019 quando fugiu para Londres acompanhada de seus dois filhos.
Em 2018, a princesa Latifa tentou escapar da rica cidade-Estado do Golfo antes de ser escoltada de volta.
Seus amigos próximos afirmam agora não saber nada sobre ela há vários meses, e tanto o governo britânico quanto a ONU pediram provas de vida.
A embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Londres garantiu que a princesa está sendo "atendida em sua casa".
Em março de 2018, Latifa anunciou em um vídeo divulgado no YouTube que queria fugir de seu país. Com lágrimas no rosto, ela disse que seu pai a "torturou" e a "prendeu durante três anos" após uma primeira tentativa de fuga quando era apenas uma adolescente, em 2002.
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