A União Africana (UA) obteve 400 milhões de doses adicionais de vacinas contra a covid-19 para os países do continente, anunciou nesta quinta-feira (28) o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África).
Com este anúncio, o número de doses disponíveis nos próximos dois anos sobe para 670 milhões para os países africanos, a maioria dos quais não dispõe de meios para financiar a imunização da sua população.
"O Serum Institute [of Índia, SII] garantiu 400 milhões de doses adicionais de vacinas", disse o diretor desta agência especializada da UA, John Nkengasong, em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira.
O SII, com sede na Índia, produz milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford para a Índia e outros países, muitos deles em desenvolvimento. Por exemplo, forneceu recentemente dois milhões de doses ao Brasil.
A UA anunciou em 13 de janeiro um primeiro lote de 270 milhões de doses, das quais pelo menos 50 milhões estariam disponíveis entre abril e junho.
Quatro países africanos já começaram a vacinar sua população: Marrocos, Egito, Seychelles e Guiné. Maurício anunciou o início de sua campanha na terça-feira.
Segundo estimativas, o continente precisaria de 1,5 bilhão de doses para imunizar 60% de seus 1,3 bilhão de habitantes. Isso custaria entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões.
O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, cujo país detém a presidência pro tempore da UA, denunciou na terça-feira no Fórum Econômico de Davos que os países ricos "monopolizam" as vacinas anticovid.
A África foi relativamente poupada até agora da pandemia, que deixou 87.000 mortes e 3,4 milhões de infecções no continente, de acordo com dados oficiais.