A polícia israelense anunciou nesta terça-feira (26) a prisão de ao menos 14 pessoas após os incidentes entre forças de ordem e judeus ultraortodoxos opostos às medidas sanitárias contra a covid-19.
Os manifestantes incendiaram cubos de lixo e lançaram tomates contra a polícia no bairro ortodoxo de Mea Sharim, e as forças de segurança responderam com um canhão de água para tentar dispersar a multidão, constatou um fotógrafo da AFP.
"Houve (também) bloqueios de estradas e lançamentos de pedras contra as forças de ordem (...). Os policiais foram atacados enquanto monitoravam o respeito às instruções de confinamento", disse a polícia israelense em um comunicado.
Oito pessoas foram detidas em Jerusalém, outras três durante incidentes na colônia ultraortodoxa de Modiin Ilit, na Cisjordânia ocupada, e outras três em um bairro de Beit Shemesh (centro), segundo a polícia.
Os confrontos acontecem há vários dias. Na madrugada de domingo para segunda-feira, um ônibus foi assaltado e incendiado, e seu motorista ferido e hospitalizado na cidade ultraortodoxa de Bnei Brak, perto de Tel Aviv. Dez habitantes foram detidos.
Israel impôs no final de dezembro seu terceiro confinamento para tentar frear os contágios. Apesar das medidas, janeiro já se tornou o mês mais mortal desde o início da pandemia, com mais de 1.000 mortes relacionadas ao vírus, do total de 4.500 óbitos contabilizados desde março.
Apesar das restrições sanitárias, algumas escolas religiosas e yechivot (institutos talmúdicos) permanecem abertos. Enquanto isso, o governo realiza uma vasta campanha de vacinação que já permitiu dar a primeira dose para mais de 2,5 milhões dos 9 milhões de habitantes do país.