Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) viajam diretamente para Wuhan (China central) na quinta-feira para iniciar uma investigação sobre a origem do coronavírus, informou nesta terça-feira (12/1) Pequim, que impõe uma quarentena a qualquer viajante que entrar no país.
A metrópole chinesa de 11 milhões de habitantes é o primeiro lugar do mundo onde foi registrado um caso de covid-19 no final de 2019. Essa doença, então desconhecida, já causou quase dois milhões de mortes no mundo.
A visita desses dez especialistas da OMS é delicada para autoridades de Pequim, ansiosas para descartar qualquer responsabilidade por uma epidemia praticamente erradicada na China, mas que continua causando estragos em outras partes do mundo.
"De acordo com o cronograma atual, eles voarão de Cingapura a Wuhan em 14 de janeiro", disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em entrevista coletiva.
A China exige que todos os passageiros do exterior fiquem em quarentena por duas semanas em um hotel na chegada. Esta regra deve ser aplicada aos pesquisadores da OMS, embora não tenha sido formalmente confirmada.
Os especialistas deveriam ter chegado na semana passada, mas um problema de última hora sobre as autorizações de entrada em território chinês atrasou sua chegada. Pequim não divulgou mais detalhes sobre o programa nesta terça-feira.
A missão dos pesquisadores não é apontar os responsáveis, mas tentar entender como o coronavírus poderia ser transmitido de um animal para o homem para evitar uma nova pandemia semelhante.
“Trata-se de compreender as origens da pandemia, não encontrar um culpado”, disse o diretor de questões de emergência de saúde da OMS, Michael Ryan.
A delegação é formada por 10 cientistas da Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietnã, Alemanha, Estados Unidos, Catar e Japão.
A China reconhece que o vírus foi detectado pela primeira vez em Wuhan, mas especifica que ele pode aparecer e passar de um animal para uma pessoa em outra parte do país ou do mundo.
Marion Koopmans, uma das participantes da missão da OMS, disse à televisão chinesa CGTN que a equipe está "aberta a todas as hipóteses".
"Não acho que devamos descartar nada, mas é importante começar no local, obviamente em Wuhan, onde se iniciou uma grande epidemia", acrescentou.