Cerca de 17.000 famílias afegãs abandonaram desde outubro suas casas na província de Kandahar (sul) para escapar dos violentos combates entre as forças do governo e os talibãs, segundo fontes oficiais nesta quinta-feira (7).
Os talibãs lançaram uma grande ofensiva em vários distritos adjacentes à cidade de Kandahar, ainda sob controle das forças do governo.
Aproximadamente 7.000 famílias - cerca de 35.000 pessoas - fugiram desses distritos e se refugiaram em Kandahar, indicou à AFP Dost Mohammad Nayab, diretor do serviço de refugiados e deslocados internos da cidade.
"Instalamos campos e montamos barracas para elas em vários locais da cidade. Só conseguimos entregar alimentos básicos para cerca de 2.000 famílias", declarou. Outras 10.000 famílias que abandonaram suas vilas encontraram refúgio na casa de seus vizinhos ou de familiares, destacou Sardar Mohammad Barani, chefe do serviço de catástrofes naturais de Kandahar.
Barani confirmou que os combates continuavam em algumas áreas e manifestou sua preocupação com uma "crise humanitária".
"Nós estamos congelando aqui. Temos apenas uma barraca, sem aquecedor", declarou à AFP Zarghona, mulher que abandonou sua casa no distrito de Zharai. "Por causa da violência, tivemos que abandonar tudo", conta.
A província de Kandahar é o berço do movimento talibã, e a cidade de Kandahar era a capital de seu regime nos anos 1990.
Há meses, Cabul e várias províncias afegãs vivem um crescente clima de violência apesar das negociações de paz mantidas pelo governo e os talibãs em Doha desde setembro. Essas negociações foram reabertas oficialmente nesta quarta-feira.