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De dentro do Congresso americano, tuítes relatam tensão e 'anarquia'

Milhares de pessoas se reuniram em Washington, inclusive com a presença de Trump mais cedo para contestar resultado da eleição de novembro


"Tive que evacuar meu escritório por causa de uma suspeita de bomba do lado de fora. Apoiadores do presidente estão tentando forçar a entrada no Capitólio e posso ouvir o que parecem ser vários tiros", escreveu a congressista republicana Elaine Luria, em seu perfil no Twitter, nesta quarta-feira (06/01).

"Não reconheço nosso país hoje e os membros do Congresso que apoiaram essa anarquia não merecem representar seus compatriotas americanos", acrescentou Luria, ao descrever situação no Capitólio, sede do Congresso Americano em Washington, nesta quarta.

O local foi invadido por apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o processo de certificação da vitória de Joe Biden.

A invasão ocorreu após uma grande manifestação que contou com a presença de Trump em frente à Casa Branca. Alguns participantes do ato marcharam até o Capitólio para denunciar o que consideram uma fraude eleitoral.

Por meio de tuítes, políticos americanos e jornalistas que estavam no Congresso no momento da invasão relataram os momentos de tensão.

"Pediram para nos proteger no chão e preparar nossas máscaras de gás. Isso é uma loucura", escreveu o congressista republicano Dean Phillips.

"Eles (os manifestantes) estão batendo nas portas. Todo mundo tem máscaras de gás. Posso ver alguns flashes fora dos gabinetes", tuitou o repórter Matt Fuller, que cobre o Congresso dos EUA no Huffpost.

A invasão

Após enfrentar policiais nas entradas do Congresso, algumas pessoas conseguiram entrar no prédio, o que levou à suspensão das sessões no Senado e na Câmara e ao bloqueio de acesso aos corredores das duas casas.

Os apoiadores do republicano que conseguiram entrar no Capitólio gritavam "We want Trump" ("Queremos Trump") e tiravam fotos com estátuas e outras instalações da construção histórica.

Com isso, a prefeita de Washington D.C. anunciou um toque de recolher a partir de 18h no horário local (20h em Brasília).

"Nunca vi nada nem perto disso. É uma situação trágica de assistir", escreveu o jornalista Nick Bryant, correspondente da BBC em Washington (EUA), em seu perfil no Twitter. Na publicação, ele compartilhou um vídeo que mostra uma briga entre manifestantes e policiais durante a invasão.

"Se isso estivesse acontecendo em um país diferente, em um continente diferente, estaríamos falando de um Estado falido", apontou Bryant, que cobre a política americana desde os anos 90.


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