Washington, Estados Unidos - A vacina da Johnson & Johnson contra a covid-19 tem uma eficácia geral de 66%, embora menor na África do Sul, país onde uma variante mais contagiosa do coronavírus está se espalhando, informou o laboratório farmacêutico americano nesta sexta-feira (29).
A vacina, que requer apenas uma dose, é 85% eficaz na prevenção de formas graves da doença, de acordo com um extenso ensaio clínico realizado em 44.000 pessoas de oito países.
"Estamos orgulhosos por ter superado esta etapa crucial", disse Alex Gorsky, diretor-geral da empresa americana, especializada em produtos farmacêuticos e higiênicos.
O grupo se comprometeu a enviar 100 milhões de doses para os Estados Unidos até o final de junho, cerca de 200 milhões de doses para a União Europeia antes do final do ano, com os primeiros envios em abril, e outros 200 milhões para países em desenvolvimento, começando em junho.
O regulador europeu de medicamentos anunciou que prevê um pedido de autorização para esta vacina "em breve".
Ao contrário das vacinas da Pfizer e Moderna, que usam a inovadora técnica do RNA mensageiro, a vacina da "J&J" é um imunizante de "vetor viral".
Essas vacinas usam como suporte outro vírus pouco agressivo, modificado para acrescentar uma parte do responsável da covid-19. O vírus alterado penetra nas células das pessoas vacinadas, que então fabricam uma proteína típica do SARS-CoV-2 que educará seu sistema imunológico a reconhecê-lo. É um processo parecido ao das vacinas da AstraZeneca e Sputnik.
A vacina da Johnson & Johnson apresenta uma grande vantagem: pode ser armazenada em temperaturas normais de geladeira, em vez de freezers, facilitando a distribuição.
- Variantes da covid-19 -
Por outro lado, traz também um motivo de preocupação: sua eficácia contra a covid-19 variou de 72% nos Estados Unidos para 57% na África do Sul, onde uma variante da covid-19 suspeita de ser muito contagiosa se tornou majoritária.
Várias mutações da covid-19 foram observadas desde seu surgimento, a grande maioria sem consequências. Algumas podem, entretanto, conceder vantagens para a sobrevivência do vírus, como uma maior capacidade de transmissão.
Esse é o caso da mutação conhecida como britânica, enquanto os cientistas suspeitam que as variantes sul-africana e brasileira são igualmente suscetíveis de serem mais contagiosas.
Johnson & Johnson deve solicitar a autorização de distribuição de emergência nos Estados Unidos a partir da próxima semana, o que a tornaria a terceira vacina em circulação no país, que tem o maior número de mortos pela pandemia. As outras duas vacinas são dos laboratórios Moderna e Pfizer/BioNTech.
Os laboratórios responsáveis por esta última anunciaram na quinta-feira que seu produto conserva grande parte de sua eficácia contra as principais mutações da variante inglesa e sul-africana do coronavírus.
A empresa de biotecnologia americana Moderna indicou, por outro lado, que sua vacina é eficaz contra a variante britânica, mas que foi observada uma redução na proteção contra a sul-africana.
A soma potencial de uma terceira chega em um momento em que os Estados Unidos tentam acelerar seu ritmo de imunização para atingir a meta do novo presidente, Joe Biden, de 1,5 milhão de doses injetadas por dia.
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