A cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo no Peru, fechará novamente por duas semanas devido a uma nova quarentena no país, diante do aumento de casos de covid-19 em meio a uma segunda onda da pandemia, informou o governo nesta quarta-feira (27).
“Os sítios arqueológicos receberão zero visitas” de 31 de janeiro a 14 de fevereiro, afirma um decreto publicado no Diário Oficial sobre as restrições que vão reger 17 regiões do país.
O confinamento, que atingirá um terço do país, será obrigatório e imobilizará 16,4 milhões de habitantes, metade da população do país.
Como resultado da proibição, a cidadela inca, localizada na região de Cusco, no sudeste do Peru, será fechada pela segunda vez desde o início da pandemia em março.
O objetivo é evitar aglomerações, considerada uma das principais fontes de contágio, segundo as autoridades sanitárias peruanas.
“O impacto econômico que vamos ter em todo o distrito é forte, as medidas são muito restritivas”, disse à AFP o prefeito de Machu Picchu, Darwin Baca.
Machu Picchu havia reaberto em novembro, como forma de gerar renda em meio à recessão, aproveitando a redução das infecções no Peru.
O prefeito de Machu Picchu, município próximo à cidadela, garantiu que cerca de 6.000 moradores - que vivem diretamente do turismo - serão os mais afetados economicamente pela medida ordenada pelo governo.
Além disso, ele descartou que haja mortes por covid-19 em sua comunidade.
O governo peruano declarou a região de Cusco em "altíssimo nível" de contágio e estendeu o toque de recolher e a proibição de reuniões sociais, entre outras medidas restritivas.
Cusco relatou a morte de 18 pessoas por covid-19 em 24 horas, com balanço de 550 mortes em 10 meses de pandemia. As infecções ultrapassam 26 mil casos, segundo o Ministério da Saúde.
As infecções diárias aumentaram de mil para mais de cinco mil e as mortes dispararam de uma média de 40 por dia para mais de cem.
Machu Picchu (Montanha Velha em língua Quechua) é o cartão postal do Peru. Em 1983 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
A mítica cidadela, construída no século XV, colocou o Peru no mapa turístico mundial em meados do século passado.
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