O novo coordenador da ONU para o Oriente Médio, o norueguês Tor Wennesland, pediu a Israel nesta terça-feira (26) que facilitasse a vacinação dos palestinos contra a covid-19, durante uma videoconferência ministerial do Conselho de Segurança da ONU.
Do lado palestino, "as vacinas para cobrir os grupos prioritários em um primeiro momento devem chegar durante o primeiro semestre de 2021", afirmou. "Ao mesmo tempo, Israel lançou uma campanha de vacinação em grande escala para seus cidadãos e aqueles que moram em seu território", acrescentou.
"A ONU continua a pedir que Israel contribua para responder às necessidades prioritárias dos palestinos nos territórios palestinos ocupados e a trabalhar para tornar as vacinas da covid-19 mais amplamente disponíveis" entre essa população, enfatizou Wennesland.
"É essencial que ambos os governos sejam capazes de controlar a pandemia. Isso também cumpriria as obrigações de Israel em virtude do direito internacional", insistiu.
Ele também reconheceu que Israel tem trabalhado por um ano em "estreita colaboração com as Nações Unidas e seus colaboradores para garantir que o material e itens necessários cheguem a toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental e Gaza".
"É importante que este nível de cooperação e compromisso não seja enfraquecido agora que as vacinas devem chegar", ressaltou o emissário. O ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad Al-Maliki, por sua vez, lamentou a ausência de ajuda de Israel em relação às vacinas.
"Esperamos que este ano marque o fim desta horrível pandemia. Nesse sentido, gostaria de enfatizar que a potência ocupante não forneceu nenhuma vacina ao povo palestino ocupado até agora, estimando que não tinha obrigação de fazê-lo", declarou.
O embaixador de Israel na ONU e nos Estados Unidos, Gilad Erdan, rejeitou categoricamente as "falsas e grotescas acusações sobre a campanha de Israel para vacinar seu povo", veiculadas, segundo ele, pelos palestinos.
"Israel conduz uma campanha de vacinação bem-sucedida que inclui todos os membros da sociedade israelense", acrescentou.
Durante os últimos seis meses, Israel "gastou milhões de dólares para ajudar os países a combater a pandemia" e colaborou com "os palestinos para treinar pessoal médico e fornecer-lhes equipamentos essenciais", informou o diplomata.
Israel, que comprou imunizantes da Pfizer-BioNTech e Moderna, já aplicou a primeira dose das vacinas em mais de dois milhões de pessoas, mas não contemplou os palestinos em Gaza e na Cisjordânia.
A Autoridade Palestina assinou quatro contratos para a compra de vacinas, entre elas a russa Sputnik V, que faria a cobertura de 70% dos habitantes de Gaza e da Cisjordânia, e que deve ser entregue antes da metade de março.
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