O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira (26) a nomeação de Antony Blinken como chefe da diplomacia, seis dias após a chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca.
O novo secretário de Estado obteve 78 votos a favor e 22 contra, uma maioria muito mais confortável do que seus antecessores republicanos Rex Tillerson e Mike Pompeo (confirmados com 56 e 57 votos favoráveis respectivamente).
Com o Senado dividido 50-50 entre republicanos e democratas, Blinken conseguiu o apoio de muitos senadores da oposição.
O líder dos senadores republicanos no Comitê de Assuntos Exteriores, Jim Risch, destacou antes da votação sua discordância sobre o retorno dos Estados Unidos ao acordo nuclear iraniano, desejado por Biden e Blinken.
Além desta questão espinhosa, "nos muitos assuntos que discutimos, houve poucas diferenças, ou nenhuma, entre nós em vários deles", reconheceu Risch, que votou a favor de "Tony" Blinken. "Precisamos de um secretário de Estado. Ele é a pessoa adequada", disse.
O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, também disse que Blinken é "a pessoa adequada para reforçar as prerrogativas dos Estados Unidos no cenário mundial".
"Durante quatro anos, Donald Trump enfraqueceu nossas alianças, encorajou nossos adversários e manchou a reputação dos Estados Unidos no exterior. Devemos reafirmar nosso apego à OTAN e a outras alianças em todo o mundo", declarou.
Em sua audiência de confirmação diante dos senadores na semana passada, Blinken prometeu "revitalizar" as alianças que, segundo ele, o ex-presidente republicano abusou, e levar os Estados Unidos "para a liderança" após o unilateralismo e a desconexão da diplomacia trumpista.
Blinken também obteve a aprovação de muitos republicanos quando admitiu que Trump "teve razão ao adotar uma postura mais forte contra a China".
Questionado na audiência sobre a situação na Venezuela, Blinken chamou o presidente Nicolás Maduro de "ditador brutal", e disse que apoiava continuar reconhecendo o líder opositor Juan Guaidó como autoridade legítima do país sul-americano.
Entre os aspectos "a considerar" da política com Caracas, ele apontou "uma cooperação de coordenação mais forte com países afins" e uma abordagem "mais efetiva" para as sanções, "para que os facilitadores do regime realmente sintam a dor" das medidas punitivas americanas.
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