ELEIÇÕES NOS EUA

Biden condena invasão ao Capitólio: "Não é protesto. É insurreição"

Presidente eleito classificou o ato como um ataque à democracia e cobrou que Trump fizesse pronunciamento pedindo fim do cerco

Correio Braziliense
postado em 06/01/2021 18:45 / atualizado em 06/01/2021 18:52
 (crédito: Jim Watson/AFP)
(crédito: Jim Watson/AFP)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou a invasão ao Congresso norte-americano por manifestantes, e convocou Donald Trump a pedir que a multidão deixasse o Capitólio. Em pronunciamento nesta quarta-feira (6/1), o democrata classificou a ação como um ataque à democracia.

"Nossa democracia está sendo atacada de uma maneira como nunca antes. Um ataque ao Capitólio, aos representantes do povo, à polícia que está ali para defendê-los, aos servidores públicos que trabalham lá. Um ataque à lei como nunca vimos. Um ataque contra os interesses do povo. Eu preciso ser claro: as cenas de caos não refletem a América verdadeira, quem nós somos. O que vimos foi um pequeno número de extremistas. Isso é desordem. Não é discordar. É caos. É quase uma segregação e precisa acabara agora. Eu peço que essa multidão se retire e permita que a democracia avance", afirmou Biden.

O democrata pediu que o presidente Donald Trump "apareça e tome sua posição", fazendo uma pronunciamento em rede nacional "para manter seu juramento de defender a Constituição e pedir um fim a este cerco": "Invadir o Capitólio, quebrar janelas, ocupar escritórios, a Cãmara, o Senado, ameaçar a segurança de representantes não é protesto. É insurreição".

Pouco antes do pronunciamento, Trump publicou mensagens nas redes sociais pedindo que seus apoiadores agissem pacificamente. O presidente, porém, não condenou a invasão ou pediu que os manifestantes deixassem o local.

"O mundo está observando"

Biden ainda lembrou que as cenas da invasão ao Capitólio têm se espalhado pelo mundo, prejudicando a imagem dos Estados Unidos. "Estou genuinamente chocado e triste que a nossa Nação, que sempre foi um farol da democracia, tenha chegado a um momento tão triste", disse.

Em seu discurso, o presidente eleito usou reiteradas vezes as palavras decência, respeito e honra para se referir aos ideias norte-americanos. "Por mais de dois séculos e meio, nós, o povo, buscando uma união perfeita, sempre mantivemos nosso olhar voltado para esse bem comum. A América é tão melhor do que o que estamos vendo hoje", pontuou. "Somos os Estados Unidos da América. Nunca houve nada que tentássemos fazer que não tenhamos conseguido fazer juntos", concluiu em tom ufanista.

Invasão

Manifestantes favoráveis a Trump invadiram o Congresso na tarde desta quarta-feira (6/1), durante sessão que deve ratificar o resultado da eleição presidencial de novembro. Há relatos de uso de gás lacrimogênio e até de policiais sacando armas dentro da sede do poder legislativo. Ao menos uma pessoa ficou ferida no tumulto.

A sessão precisou ser interrompida por volta das 14h local (16h em Brasília) enquanto os senadores e deputados discutiam a contagem dos votos no estado do Arizona, que deve confirmar a vitória de Biden. O vice-presidente Mike Pence, que comandava a sessão e foi criticado por Trump após se negar a intervir no processo, precisou ser retirado do local pelo serviço secreto e levado para local seguro.

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