Europa

Papa pede a vacina para todos

Durante a tradicional mensagem de Natal anual Urbi et Orbi (“À cidade e ao mundo”), o papa Francisco reforçou a necessidade de “fraternidade” no planeta, em um período de pandemia, e defendeu “acesso a vacinas e a tratamento” para todos contra o coronavírus. “Que o Filho de Deus renove nos líderes políticos e governamentais um espírito de cooperação internacional, a começar pela saúde, para que todos tenhamos acesso a vacinas e tratamento”, declarou o pontífice. “Neste momento da história, marcado pela crise ecológica e pelos graves desequilíbrios econômicos e sociais, agravados pela pandemia do coronavírus, precisamos mais do que nunca da fraternidade”, declarou o pontífice.

Francisco defendeu uma fraternidade concreta, além da família, etnia, religião, língua ou cultura. “E isto é válido também para as relações entre os povos e as nações”, insistiu Jorge Bergoglio. O apelo por solidariedade se aplica “especialmente às pessoas mais frágeis — os enfermos e aqueles que neste momento estão sem trabalho ou em graves dificuldades pelas consequências econômicas da pandemia, assim como às mulheres que nestes meses de confinamento sofreram violência doméstica”.

O tema dos difíceis reencontros familiares, em tempos da covid-19, foi abordado ontem. “Meu pensamento se dirige neste momento às famílias: as que não podem se reunir hoje, assim como as que se veem obrigadas a ficar em casa”, disse. “Que o Natal seja para todos uma oportunidade para redescobrir a família como berço da vida e da fé; um lugar de amor que acolhe, de diálogo, de perdão, de solidariedade fraterna e de alegria compartilhada, fonte de paz para toda a humanidade”, completou, antes de finalizar com o desejo “a todos de um Feliz Natal!”.

Crianças em conflito

Na mensagem de ontem, o papa também falou sobre as crianças que pagam o alto preço da guerra, especialmente no Oriente Médio. Em seu tradicional panorama dos conflitos do planeta, seguido da bênção Urbi et Orbi, Francisco insistiu na esperança de que o Natal seja o “momento propício para dissolver as tensões em todo Oriente Médio e no Mediterrâneo oriental”. “Voltamos os nossos olhares a tantas crianças que em todo o mundo, especialmente na Síria, Iraque e Iêmen, ainda estão pagando o alto preço da guerra”, disse. “Que seus rostos comovam a consciência das pessoas de boa vontade, de modo que as causas dos conflitos possam ser abordadas e se trabalhe com coragem para construir um futuro de paz”, acrescentou.

"Você não está só"


A rainha Elizabeth II fez um emocionante discurso de Natal, buscando inspirar nos britânicos — amplamente afetados pela pandemia de covid-19 — esperança “nas noites mais sombrias”. “Para muitos, este ano ficará marcado pela tristeza: alguns choram a perda de um ente querido, amigos e familiares sentem falta uns dos outros, enquanto no Natal gostariam de um simples abraço ou aperto de mão”, disse a monarca de 94 anos. “Se este for o seu caso, você não está sozinho.” A pandemia de covid-19 custou 70 mil vidas ao Reino Unido. A rainha deixou de passar o Natal em sua residência de Sandringham, Norfolk, no leste da Inglaterra, onde há mais de 30 anos ela compartilha as festas de fim de ano com os filhos e outros membros da realeza. Ela permaneceu isolada no Castelo de Windsor, perto de Londres, com o marido, o príncipe Philip, de 99 anos.