Um dia depois de o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, ser imunizado contra a covid-19, três das principais autoridades envolvidas no combate ao coronavírus receberam a vacina da Moderna, empresa de biotecnologia sediada em Cambridge (Massachusetts). “É uma honra ser parte deste processo. O que vemos agora é o culminar de anos de pesquisa que levaram a um fenômeno realmente sem precedentes”, declarou o imunologista Anthony Fauci, chefe da força-tarefa criada pela Casa Branca para o combate à covid-19, depois de receber a inaculação no braço esquerdo. A vacinação foi transmitida ao vivo, direto do Instituto Nacional de Saúde (NIH), sediado em Bethesda, surbúrbio de Washington.
De acordo com Fauci, sua imunização foi “um sinal para o restante do país de que tenho extrema confiança na segurança e na eficácia desta vacina”. “Quero estimular todos que tiverem a oportunidade a se vacinarem, de modo que possamos ter um manto de proteção no país que ponha fim a esta pandemia”, completou. Depois de ser imunizado, Fauci, 79 anos, ergueu o polegar e aplaudiu seus colegas.
O diretor do NIH, Francis Collins, e o secretário da Saúde, Alex Azar, também foram vacinados durante a cerimônia. “Quero que o povo americano saiba que eu tenho absoluta e total confiança na integridade e na independência dos processos usados pela FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos nos EUA) para aprovar estas vacinas”, disse Azar, escolhido pelo próprio presidente republicano Donald Trump.
Antes deles, seis trabalhadores de saúde receberam as vacinas, muitos aparentemente emocionados ao explicarem porque decidiram se imunizar. “Eu trabalho diretamente com pacientes com covid e sinto que tenho uma oportunidade. Por que não?”, disse a enfermeira Naomi Richardson.
Pesquisas
A vacinação ocorre em um momento em que novas pesquisas demonstram que o desejo dos americanos de se vacinarem contra o novo coronavírus aumentou desde que os dois primeiros imunizantes — da Pfizer/BioNTech e da Moderna — foram autorizados. Uma sondagem feita pelo jornal USA Today e pela Suffolk University, entre quarta-feira e domingo, mostrou que 46% disseram estar dispostos a tomar a vacina assim que possível, um salto significativo em relação aos 26% que responderam de forma semelhante no fim de outubro. Outros 32% disseram que esperariam que os outros tomassem as doses antes de eles próprios fazerem isso. Do total, 20% continuam não convencidos. Cientistas dizem que entre 70% e 75% da população precisará ser vacinada para obter a chamada “imunidade de rebanho”.